Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

GET HAPPY! (pro Tandeta)

23 maio 2007


Tierney Sutton (Wisconsin, 1963), além da técnica e afinação, é uma vocalista das mais criativas no cenário jazzístico mundial. Talvez pela sua formação intelectual. Graduou-se no “idioma russo”, literatura e concluiu a Berklee em jazz vocal com louvor. Desde pequena teve em Ella Fitzgerald sua maior influência. Em 98, 2ª colocada no Thelonious Monk Jazz Vocal Competition. Foram 7 CDs de lá para cá, culminando agora com On The Other Side. O que mais chama a atenção em Tierney é a sua inquietude, jamais se conformando com o previsível, o que Hancock chama de “zona confortável”. Em seu álbum Unsung Heroes (2000), ela recaptura temas clássicos do jazz instrumental, tarefa nada fácil. Na homenagem a Sinatra, Dancing In The Dark (2004), a abordagem é muito própria, fascinante. Sem contar que Tierney mantém um trio cativo, de altíssimo nível, com Christian Jacob (piano), Trey Henry ou Kevin Axt (baixo) e Ray Brinker (bateria). Jacob, francês de nascimento, é um inesgotável criador de harmonias e arranjos excitantes para qualquer cantor. O novo CD, aliás, é uma aventura das mais interessantes.
On The Other Side (Telarc, fev/2007) explora a palavra “happy” nas canções que marcam o jazz. Tierney às vezes muda a intenção, tornando um tema em principio alegre numa variante intimista. E vice-versa. Algumas faixas, por isso, recebem duas versões, como Get Happy (Arlen & Kohler) e Happy Gays Are Here Again (Ager & Yellen). Com Jack Sheldon (vocal, trumpet), um banho de informalidade via I Want To Be Happy (Caesar & Youmans). Ao contrário de Smile (Chaplin, Parsons & Turner), acompanhada apenas pelo bom gosto do pianista Christian Jacob.
E o clima vai se alternando, sempre com muita originalidade, em temas como You’re My Sunshine (Davis), Haunted Heart (Dietz & Schwartz), Sometime’s I’m Happy (Caesar, Grey & Youmans), Glad To Be Unhappy (Rodgers & Hart) e Happy Talk, (Rodgers & Hammmerstein), entre outros.
Não se trata de um CD comercialmente viável, como Dancing In The Dark. Há que se ter uma boa noção do que o jazz é capaz, tanto no lado harmônico como rítmico. Raramente uma cantora recebeu em toda a sua discografia cotações tão altas dos mais conceituados críticos. Se me colocassem um revólver no peito, exigindo que eu dissesse qual a melhor vocalista de jazz da atualidade, eu nem pensaria em responder: Tierney Sutton.


Tieney Sutton - I Want To Be Happy

Nenhum comentário: