Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

MUSEU DE CERA # 17 – JIMMY RUSHING

03 abril 2007

Dentre os vários expoentes do que se chamou de Escola Kansas City de Jazz, alguns já focalizados no Museu como Jay McSham, Bennie Moten e Count Basie, situa-se um inigualável blues singer e vocalista: trata-se de James Andrew Rushing, nascido em Oklahoma City a 26/ago/1902. Curiosamente conhecido como "Mr. Five by Five", comum apelido norte-americano para homens gordos e baixos correspondendo a 5 pés de altura x 5 pés de cintura (»1,50m x 1,50m).

O próprio Rushing conta parte de sua história, em uma interessante entrevista:
" – Meus pais eram músicos, a mãe tocava e cantava no coro da igreja e eu também, meu pai tocava trompete em uma brass band. Um tio, Wesley Manning, que tocava e cantava em sporting houses (bordéis) – território proibido para mim – chegava lá em casa à noite com o chapéu cheio de dinheiro. Foi ele quem me ensinou o blues, a tocar e cantar. Eu costumava passar pelo "red-light district" (bairro dos bordéis) no meu caminho para a escola e via as meninas muito atraentes nas janelas. Um dia fui até a porta e sentei e uma delas perguntou:
– "O que posso fazer por você"? Respondi: - "Bem... acho que não sei o que procuro". Ela retrucou – "acho que você é muito jovem para estar aqui". –"Sim", disse, "mas gosto de ouvir os blues" – "Você pode tocar"? perguntou a moça.
–"Depressa sentei ao piano toquei e cantei um blues. Todas chegaram à minha volta e eis que meu pai passa por lá e vê aquela cena!" Comprou então um violino e me proibiu de tocar o piano. Quando saía de casa trancava o piano e dava a chave para minha mãe. Ao voltar à noite, mandava pegar o violino e tocar para ele, mas não saía nada, meus olhinhos eram para o piano. Então me disse: -"Se pegar você no piano ou dançando por aí vou lhe pôr fora de casa". – "Bem que tentei, mas em 2 semanas estava na rua. Ainda bem que meu pai viveu para ver meu sucesso com Basie".
Em 1921, na California, cantava no Jump Steady Club acompanhado por nada menos que Jelly Roll Morton. Em 1927 conhece Walter Page, que dirigia o grupo The Blue Devils e o convida para integrá-lo, permanecendo até 1929 quando ingressa na banda de Bennie Moten. Depois, a partir de 1935 se torna o grande sucesso à frente da Count Basie Orchestra até 1948 e posteriormente segue com brilhante carreira solo e algumas incursões com Basie. Viveu até junho de 1972.
Rushing possuía uma magnífica voz em registro tenor, ao mesmo tempo suave e calorosa, muito "feeling bluesy" e um estupendo senso de suingue. Vocalizava ao estilo "shouter" (gritado) e dizia que era por não ter microfone de início e deveria se igualar aos músicos solistas, mas na verdade se inspirou no Texas blues singer chamado Kellogg Jefferson, que atuava com a Troy Floyd's Band. Rushing dizia que ele era uma versão de Bessie Smith em masculino e cantava tão alto quanto um cantor de ópera.
Selecionamos um blues executado pelos Blue Devils tendo Rushing como intérprete em sua primeira gravação, para ilustrar sua participação no Museu.

Blue Devils Blues (Stovall) – The Blue Devils – Walter Page (tuba e líder), Hot Lips Page e James Simpson (tp), Ted Manning (sa) Reuben Lynch (gt), Dan Minor (tb), Reubben Rody (st), Buster Smith (cl, sa), Charlie Washington (pi), Alvin Borroughs (bat) e Jimmy Rushing (vo).
Gravação original: Vocalion 1463 de 10/nov/1929 - Kansas City, Missouri.
Fonte: CD - Kansas City Legends 1929-42 - Epm Musique (EPM0158432) - USA - 1996



Nenhum comentário: