Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

DO OUTRO LADO DO JAZZ # 11

07 abril 2007

HARLEM (II)

HARLEM RENAISSANCE - foi um período que se estendeu do final da 1ª Guerra Mundial a meados dos anos 30, período este no qual eclodiu um movimento intelectual na região do Harlem em New York envolvendo grupos de artistas muito talentosos em vários gêneros como literatura, teatro, música e artes em geral, considerado como a própria afirmação e sedimentação da cultura de origem afro-americana. O Jazz exerceu enorme influência à música e à dança durante o que chamamos de a Era do Jazz, mais precisamente a década dos anos 1920 como parte da Renaissance. Os estilos e linguagens características influenciaram até muitos compositores clássicos modernos e o Jazz como cultura emigrou para várias cidades não mais e apenas como uma saltitante música de dança, mas como arte negra. Contudo, esta migração não foi somente através dos EUA indo se firmar e afirmar na Europa tendo inclusive Paris se tornado o centro musical do Jazz. Muitas cidades com certeza tiveram crédito na propalação do Jazz, porém os historiadores têm concluído ter sido mais apregoado pela Harlem Renaissance.

RENT A PARTY - literalmente festa de aluguel, expressão que designava as festas informais realizadas pela população negra do Harlem, com o propósito de conseguir dinheiro para as despesas de aluguel da própria casa. Muito comuns nas décadas de 20 e 30, também eram conhecidas como house party. Eram convidados músicos, especialmente pianistas a fim de que tocassem Jazz e o estilo pianístico de execução do blues ― o boogie woogie ― era bastante popular incluindo uma forma de dança. Os convidados pagavam uma pequena taxa de admissão entre 35 cents e meio dolar que dava direito à bebida e comida, e obviamente, eram gentilmente freqüentadas pelos músicos que nada pagavam e aonde surgiam nomes como James P. Johnson, Fats Waller, Pete Johnson, Cow Cow Davenport, Meade Lux Lewis, Bessie Smith, Clarence Williams e outros.... Algumas dessas reuniões possuíam caráter religioso e objetivavam prover fundos para a própria igreja. Neste caso, as bebidas não eram alcoólicas havia comida e naturalmente música com hinos, spirituals e sem dança. Uma comida típica do sul dos EUA passou a ser tradicional nestas festas, em princípio pela própria cultura negra e também por ser bem barata, trata-se do prato chamado de "chitlins" feito com tripas de porco ou ainda, o outro clássico que é o "pigfoot", naturalmente pés de porco tipicamente servidos ensopados com salada de batatas. O repertório musical alusivo a estas reuniões é vasto destacando-se: House Rent Blues (Clarence Williams-1923), House Rent Ball (Fletcher Henderson-1924), House Rent Rag (Dixieland Jug Blowers-1926), Rent Party Blues (Duke Ellington-1929), House Rent Party Day (Wingy Manone-1935), dentre outros...
Escolhemos para ilustrar as Rent Parties o Blues Gimme A Pigfoot (Wesley Wilson) com Bessie Smith acompanhada pelos Buck & Band formada por Buck Washington (pi, líder), Chu Berry (st), Benny Goodman (cl), Bobby Johnson (gt), Frank Newton (cornet), Billy Taylor (bx), Jack Teagarden (tb) – (Okeh 6893 – 24/11/1933).


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