Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

DO OUTRO LADO DO JAZZ # 9

23 fevereiro 2007




A DEPRESSÃO E O SWING - Depois de ter conhecido um rápido e fantástico desenvolvimento o Jazz entrou em recessão nos anos da Depressão ocorrida em 1929 durando até 1933/34.
Os EUA a partir de 1918, finda a 1ª Guerra Mundial, entravam em uma nova e promissora era econômica com a crescente industrialização e mais uma série de fatores, principalmente as exportações fariam com que muito dinheiro fosse ganho por muitos.
O país passou a sonhar com os milionários em seus clubes campestres, lindas mansões e todo um sofisticado "way of life", e uma vez que algumas pessoas puderam enriquecer tão depressa não haveria razão para que outros também não tentassem.
O sistema de ações de capital negociado em bolsa passou a despertar a cobiça de muitos que passaram a empregar tudo que possuíam sem guardar uma suficiente margem de segurança. De início tudo bem, até que a bolsa passou a ser um avolumado sistema de papéis valendo muito dinheiro, produzindo mais dinheiro, porém através de valores improdutivos, ou seja de pura especulação, pois como as empresas estavam obtendo altos lucros, suas ações tenderam a crescer, originando inclusive sociedades anônimas e empresas com intuito apenas de gerir e investir dinheiro.
O que se chamava de "boom" do mercado de capitais ía de vento em popa, até que, na tarde de uma terça-feira a 29 de outubro de 1929 iniciou-se a tragédia com o fechamento da bolsa de New York com cerca de 50 papéis em violenta queda de até 40%. Os milhares de especuladores não dormiram aquela noite e quando da abertura do pregão no dia 30 viram-se na urgência de vender tudo muito rápido e a qualquer preço procurando minimizar o prejuízo já vislumbrado. Ora, não havia dinheiro circulante suficiente para pagar aquilo tudo e os preços íam despencando em um incontrolável frenesi de baixa. No dia 31 a - quinta-feira negra - o excesso de ações à venda e a falta de compradores fizeram com que os preços das ações caíssem em cerca de 80 a 90%, era o temido "crash". Assim os EUA entraram em um período de grande depressão econômica, com o comércio falindo, fábricas fechando, desemprego geral, milionários agora pobres e pobres agora miseráveis paupérrimos.
Claro que a indústria fonográfica entrava também em colapso atingindo os músicos.
Em 1933 um jovem e ousado produtor John Hammond mantendo contatos ao visitar a Inglaterra tornou-se o supervisor americano para as gravações da Columbia inglesa e da Parlophone. Apaixonado que era pela música de Jazz, elaborou uma lista ou melhor um catálogo de Jazz a ser gravado nos EUA e apresentou às citadas companhias fonográficas inglesas que colocaram seus avais.
Acontece que Hammond não havia feito nenhum contato nos EUA para tais gravações e retornou com o compromisso assumido com os ingleses. Correu, então a procurar Benny Goodman o 1º nome da tal lista. Mal conhecia Goodman e expôs-lhe o programa e este declinou pois não havia 10 dias Ben Selvin um executivo da Columbia americana o pôs porta a fora de seu escritório dizendo que só gravaria música muito comercial dada a péssima situação da gravadora e da submarca Okeh e o faturamento com o Jazz tinha acabado dizia. Como poderia assumir o compromisso de efetuar tais gravações? Como pagaria aos músicos?
Contudo o insistente Hammond acabou por convencer a Goodman e as gravações foram feitas apresentando um resultado financeiro bastante razoável.
O certo é que o Jazz retornou às atividades com força total e a Era Swing se iniciou logo após a Depressão e a gravação da banda de Duke Ellington intitulada It Don't Mean a Thing If It Ain't Got That Swing (Ellington e Irving Mills) de 1932 parece que foi o grande marco dos novos tempos. Ivie Anderson cantou esta música com todo o vigor dando o tom alegre, suingante, junto com a banda fazendo uma perfeita alusão ao título: "Nada significa se não conseguiu aquele balanço".
A origem do estilo veio de Kansas City configurado pela banda de Benny Moten que se tornou mais tarde de Count Basie, mas o swing já se encontrava presente em 1930 apesar de ainda um pouco rígido, mas nota-se a acentuação recaindo nos 4 tempos do compasso a grande propriedade do gênero que induz ao impulso da dança. Outro marco da Era Swing foi em meados de 1936 quando o Onyx Club de New York apresentou um espetáculo intitulado Swing Music Concert, contando com as bandas de Artie Shaw, Tommy Dorsey e Bob Crosby, portanto o swing já havia chegado e a Depressão terminado. A Era Swing veio expressar toda a euforia do fim da Depressão.

Podemos ouvir, então um trecho do swing de When I’m Alone com a banda de Moten em gravação de outubro de 1930 com vocal de Jimmy Rushing talvez a "pedra fundamental" e depois os "alicerces" do SWING com a gravação de It Don't Mean a Thing If It Ain't Got That Swing pela banda de Duke Ellington e vocal por Ivie Anderson de fevereiro de 1932.

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