Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

DO OUTRO LADO DO JAZZ # 2

02 janeiro 2007

JOTA, A, ÉSSE, ÉSSE

A origem da palavra jazz, inicialmente escrita com "s" - da forma JASS, possui várias versões, umas até bem fantasiosas, contudo das mais plausíveis, de acordo com muitos pesquisadores, é a de que tenha se originado do verbo em francês-creole JASER que possuía 2 significados: um como apressar, acelerar e outro com conotação sexual e, talvez como gíria, sendo usado pelas prostitutas de New Orleans da maneira - allez-vous jaser? algo como - vamos transar? Parece que a expressão foi aplicada à música "hot" que passou a ser tocada nos bordéis e cabarés do mal afamado distrito de Storyville, sendo referida em certa época como “musique pour jaser”. Por sucessivas transformações chegou ao inglês como “jass music” que soaria melhor para os norte-americanos se fosse escrita com a letra "z", já que o som era “djazi”. Bem ... o certo é que esta suposta versão da origem do termo jazz é até certo ponto corroborada pela declaração do pianista Eubie Black (1863-1963) de que jamais pronunciara a palavra jazz na frente de senhoras, dizia: - “a música que toco é o ragtime, stomp e blues”
Outra teoria plausível para a etimologia da palavra jazz é de que tenha se originado do termo JASBO. No início dos minstrel shows por volta de 1840 havia um Mr. Jasbo exímio dançarino especialista no cakewalk e seu nome teria designado também a música sincopada que empregava em suas apresentações. Como aconteceu com muitas palavras a sílaba final teria sido eliminada (apócope) passando a ser conhecida por jas depois jass e finalmente jazz.
Há também uma corrente etimológica que tenta atribuir a origem de jass ao vocábulo irlandês teas o qual seria pronunciado em inglês-americano como - t'as, chas ou jass, significando calor, excitação, alto espírito, entusiasmo e por associação teria passado à música sincopada.
Disto tudo, a realidade é que jamais saberemos a verdade!
Tom Brown, trombonista e líder de uma orquestra branca de New Orleans, afirma ter sido quem usou pela primeira vez a palavra jass, com referência ao tipo de música que apresentou em 1916 no Lamb's Cale de Chicago, entretanto no jornal de São Francisco The Bulletin de 6/março/1913 a palavra jazz (assim mesmo com "z") aparece várias vezes com referência não só à música sincopada mas também com sentido de entusiasmo, seria uma jass music ou "música de bordel" ? Tudo indica ter sido esta a primeira vez que a palavra foi usada com conotação à música.
A primeira notícia que se tem da palavra ter aparecido escrita em algo com maior significado musical foi em 1916 quando um grupo de rapazes brancos de New Orleans formaram um quinteto e o nome escolhido foi Original Dixieland Jass Band. O que podemos supor é que usaram jass em vez de jazz talvez de uma maneira jocosa já que desde 1913 jazz era escrito com "z".
A palavra jazz não designou logo a música criada pelos negros norte-americanos. O gênero sincopado e saltitante – "hot" - oriundo do sul foi por muito tempo designado por STOMP - em inglês “to stomp” significando marchar cadenceado ou dançar com passos duros, passou curiosamente a ser empregado o seu substantivo como referência próxima ao swing. O termo stomp nos anos 20 designava simplesmente uma música sincopada, sendo ou não especificamente Jazz. É muito comum encontrar em anúncios de espetáculos da época que determinado músico iria executar ragtimes, blues e stomps.
A expressão FOX-TROT também foi largamente empregada, principalmente na Era do Jazz (década de 20), inicialmente designando os passos de uma dança, a quase totalidade dos discos de música de Jazz vinham estampados no selo a classificação fox-trot e, em se tratando de baladas, lia-se slow-fox.
Uma expressão também criada na década de 20 procurava traduzir os novos costumes e as idéias em moda a partir da 1ª Guerra Mundial, época de grande transição social dado aos efeitos da guerra e assim o posicionamento da sociedade era tido como NOVELTY tanto nas artes como no comportamento social do povo norte-americano e europeu.
A Era do Jazz não fugiu às NOVELTIES e várias etiquetas de discos como das bandas de Fletcher Henderson, King Oliver, Clarence Williams, Paul Whiteman e outros... classificavam a música como sendo NOVELTY. Muitas bandas incluíram o vocábulo em seu título como a Jimmy Durante's Jazz and Novelty, Billy Arnold's American Novelty Jazz, Supreme Novelty Orchestra do banjoista Jim Coker, The International Novelty Orchestra do cantor Billy Murray e outras...

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