Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

DO OUTRO LADO DO JAZZ # 1

26 dezembro 2006



Gravura de Aline de Leandro

O objetivo desta seção é apresentar alguns aspectos estreitamente ligados de alguma forma à música de Jazz, mas que normalmente estão em "off" ou seja, escondidos nos bastidores ou mesmo providos de caráter subjetivo, então, digamos que fazem parte do outro lado do Jazz.
De tal modo, o assunto Jazz, a par de sua musicalidade, vem incorporando inúmeras estórias ligadas aos músicos, produtores, aficionados, pesquisadores, enfim de todos que vêm criando e divulgando a arte maior do Jazz por todo esse tempo e aos fatos que os envolvem.


SÉCULO XX
O Jazz tem sua trajetória histórica desde o início do século XX e ao atravessá-lo compartilhou com a humanidade de suas conquistas sociais e tecnológicas, bem como de suas glórias e infortúnios.
Neste processo sofreu dos efeitos das drogas alucinógenas, do racismo aos seus fiéis criadores, da grande Depressão Econômica de 1929, dos gangsters de Chicago, da grande greve dos anos 1942/44, não nos esquecendo do primeiro golpe que foi o fechamento do distrito de Storyville em New Orleans no ano de 1917.
Tendo em vista o desenvolvimento da tecnologia esteve presente o Jazz nos inventos como o da pianola, do gramofone, dos processos de gravação de áudio, do cinema sonoro, do início das transmissões comerciais do rádio e da gravação de imagens.
O Jazz, dispensado que foi do serviço militar na 1a. Guerra Mundial, alistou-se para a 2a. Grande Guerra tendo uma atuação soberba, mas acabando por sofrer perda irreparável como a do major Glenn Miller. Ao fim da guerra, desfrutou de momentos de euforia através das big bands, dos ballrooms e night clubs e crescendo como arte chegou ao meio século de existência.
Dos anos 60 em diante passou por momentos difíceis vivendo novas concepções estruturais como atonalidade, escalas modais até mesmo as exóticas como as indianas e orientais, enfrentou desavenças rítmicas onde melodia e acompanhamento seguem métricas diferentes e até, por vezes, conflitantes. As sonoridades foram eletrificadas e adicionados efeitos eletrônicos e com estes ingredientes ocorreu o advento, do free, do fusion, vindo a ser atacado pelo ácido – Acid Jazz.
O século termina sob o nu-jazz expressão cunhada ao final dos anos de 1990 (NU corruptela de "new" que se pronuncia também como niu) relacionada à combinação de texturas e instrumentação jazzísticas com a música eletrônica, aventurando-se em território do groove jazz este mais próximo do funk, soul e rhythm & blues.
Achamos que tais mudanças não acrescentaram mais emoção que o cornetim de Armstrong, o clarinete de Goodman, o piano de Peterson ou que o sax de Charlie Parker e para não sermos tão tradicionalistas e conservadores, ainda dentro do horizonte daquilo que se possa chamar de um Jazz livre, entendemos que o limite tenha se situado em torno de Cecil Taylor, Ornette Coleman e John Coltrane, dentre outros....

PS. texto sendo adaptado da palestra de mesmo título proferida no Clube de Jazz de Niterói a 9 de maio de 2001.

Nenhum comentário: