Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

- HOMENAGEM PÓSTUMA A MOACIR SANTOS -

24 novembro 2006

Realizou-se terça-feira última, dia 21 de novembro, na Casa França-Brasil, uma homenagem póstuma a Moacir Santos - um dos maiores compositores e arranjadores brasileiros de todos os tempos - premiando o conjunto da sua obra. O evento, patrocinado pela Shell, contou com as presenças da esposa e do filho do maestro.

A Orquestra Ouro Negro abrilhantou a cerimônia tocando as composições do saudoso maestro. Gostaria muito de ter assistido, mas não fui convidado. Segundo relatou em seu blog o meu amigo Antonio Carlos Miguel, presente ao evento, “parece que a Shell, que banca a festa da entrega de seu prêmio de música pelo conjunto de obra, regulou os convites - muitos músicos da banda não puderam levar seus amigos e familiares - a gente mesmo tinha um monte de amigos que adoraria estar ali”.

Acompanhei a carreira de Moacir Santos desde sua chegada ao Rio há “alguns séculos”. Bonachão e sempre bem-humorado, tudo estava bem para ele. Várias vezes ele tocou sax-tenor em jam sessions que organizei juntamente com alguns amigos jazzófilos. Bons tempos em que as jams eram freqüentes e apareciam dezenas de músicos sedentos para tocar jazz.

Devemos exaltar o entusiástico trabalho do violonista Mario Adnet e do saxofonista Zé Nogueira, que organizaram a Orquestra Ouro Negro para manter viva a obra monumental do maestro. Esse esforço e tenacidade da dupla, inclusive gravando três CDs com várias composições dele, abriu as portas para as novas gerações conhecerem sua obra imortal.

Aproveito para relatar um fato pitoresco da minha vida - no mínimo insólito - ligado ao saudoso maestro. Há anos escrevi no Jornal do Brasil uma resenha altamente favorável sobre o clássico disco "Coisas", de Moacir Santos, lançado pelo selo Forma. Dias depois, eu e Moacir fomos acusados pelo xenófobo crítico José Ramos Tinhorão, nas páginas do mesmo jornal, de "traidores da música brasileira vendidos ao imperialismo americano". Chega a ser cômico de tão ridículo, não acham ? Até que seria uma boa caso o governo americano me destinasse uns trocados cada vez que escrevi sobre jazz – juro que teria ficado rico, pois foram milhares de vezes!

Perguntar não ofende: será que o governo brasileiro pagava ao trêfego crítico para defender a MPB contra "jornalistas vendidos ao imperialismo americano"?

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