Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

UM "MICO" DE ARMSTRONG

22 outubro 2006

Em 1924 a banda de Fletcher Henderson passou a tocar para milhares de entusiasmados dançarinos e foi quando Louis Armstrong chega para substituir Joe Smith. Seu início na banda foi um tanto tímido. Armstrong não conseguia se livrar daquele jeito caipira que o acompanhava desde New Orleans, vestindo um surrado casaco preto apertado, faltando nas mangas e a calça deixando aparecer suas inseparáveis botinas também pretas. Era uma figura! Claro, que os músicos o encaravam com certa desconfiança. No primeiro ensaio, olhava perplexo para a partitura de trompete que Don Redman distribuiu. Era um arranjo para umas valsas irlandesas que deviam tocar no Roseland Ballroom para qualquer comemoração especial. A orquestração indicava passagens desde o fortíssimo cuja notação era f f f indo até o pianíssimo indicado por p p. Armstrong que já não era muito versado em leitura de música jamais tinha visto aquilo em partituras para bandas de JAZZ. Estava preocupado, mas firme. Por algum motivo, percebeu que os f f f significariam uma passagem em fortíssimo e se tranquilizou. A banda começa a tocar e ao chegar aos f f f vai "subindo" num crescendo e Louis firme...acompanhando, logo após na notação p p a banda vai "caindo” para o pianíssimo e Armstrong continua "subindo" tocando cada vez mais alto, até que Henderson para tudo e diz:
-" Louis, você não está seguindo o arranjo!"
Louis: - "Claro que sim, estou lendo tudo nesta folha"
Henderson: - "E o que me diz destes p p?"
Louis mais que depressa, porém já meio desajeitado –"Ora, penso que significam pound-plenty ?" ( força-total!)
O pessoal caiu em estrondosa gargalhada, inclusive Henderson. Louis, que apesar de tímido, era também um gozador desandou a rir, fazendo aqueles trejeitos e caretas que o caracterizaram pelo resto da vida, quebrando assim, qualquer gelo que pudesse existir com o pessoal da banda e com o próprio Henderson.

Traduzido do depoimento de Don Redman no encarte da – A Study in Frustation The Fletcher Henderson Story – Thesaurus of Classic Jazz – Columbia Jazz – Masterpieces (57596) - 1994.

Nenhum comentário: