Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

MUSEU DE CERA # 3 – FLETCHER HENDERSON / DON REDMAN

19 outubro 2006

No início do século XX Nova York já era uma cidade rica em entretenimentos extraídos também da riqueza da música e dos músicos que se apresentavam onde houvesse um teatro, um café, um night club, um cabaré ou um ballroom. Surgiam as gravações de discos, mesmo que precárias e íam proliferando as companhias fonográficas e um dos empregados da Black & Swan Records era um jovem pianista, muito polido e oriundo da Georgia chamado Fletcher Henderson que viera para a grande cidade pretendendo continuar seus estudos já que recebera o diploma de Química pela Universidade de Atlanta.Fletcher Hamilton Henderson Jr. nasceu em Cuthbert, na Georgia em 18 de dezembro de 1898. Sua família era de classe média e sua mãe Ozie Henderson pianista e professôra de música. Aos 6 anos começou a estudar com a mãe tornando-se um estudante de música clássica razoável. Não parece ter-se interessado pelo Jazz antes de ir para Nova York, onde chegou no verão de 1920.
Logo conheceu Ethel Waters, uma cantora com algum repertório de blues e Fletcher decidiu acompanhá-la em uma excursão pelo país formando assim os Black & Swan Jazz Masters. Naturalmente que, após tal fato, a pretensão de continuar seus estudos de Química foi se extinguindo para consternação geral de seus pais, principalmente por sua ligação com uma cantora de blues!
No verão de 1923 as primeiras gravações da King Oliver’s Creole Jazz Band de Chicago foram postas à venda em Nova York. Os músicos, Fletcher e o próprio público entenderam que lá estava a resposta para um estilo mais quente e expressivo com sucesso garantido nos ballrooms - O hot Jazz.
Rapidamente tornou-se uma força naquele mundo musical sendo o regente negro de maior sucesso e influência na década de 20, tanto no show business quanto junto às gravadoras.

Donald "Don" Redman um jovem da Virginia (*1900) saxofonista-alto e clarinetista conhecido também como "The Little Giant of Jazz" se filiou ao grupo trazendo idéias brilhantes para os arranjos e aliado à chegada do gênio de Louis Armstrong no outono de 1924, sem dúvida puseram fogo na banda.
Redman ajudando nos arranjos começou a inovar usando melhor os saxofones como uma seção, em vez de harmonizar simplesmente a melodia e escrevendo passagens “solo” para as seções, até bastante complexas. A linha melódica era dividida entre os metais e os saxes e às vezes uma seção começava e a outra terminava uma frase.
Outro padrão inovador de Redman foi a exposição da melodia pela seção de saxes em uníssono com súbitas interjeições dos metais, enfim a banda cresceu. Redman transpusera a linguagem polifônica do Jazz Tradicional de seus camaradas pioneiros de New Orleans para a banda dando a cada seção o papel de protagonista da improvisação coletiva. Henderson e Redman foram figuras notáveis como bandleader e arranjador, além de compositores, de enorme importância no desenvolvimento da linguagem orquestral das big bands para a futura era swing.
O que vamos ouvir no tema Copenhagen é realmente inusitado, Redman emprega o trio de trompetes e um trio de clarinetes em curtas frases de 4 compassos alternando com as ensembles (todo o conjunto) tudo sustentado por uma seção rítmica coesa com o beat seguro da tuba e a pontuação de Kaizer nos címbalos. O único solo é o de Armstrong (12 compassos) e apenas duas pequenas intervenções (4 compassos cada) de Green ao trombone. Ótima execução da banda em se tratando de arranjo complexo e naturalmente com partitura o que nem sempre era muito compreensível e familiar para aqueles músicos. (Aliás há uma passagem hilariante de Armstrong nesta banda em termos de partitura, depois eu conto).





COPENHAGEN (Charles Davis/Walter Melrose) – Fletcher Henderson (piano e líder), Elmer Chambers, Howard Scott, Louis Armstrong (tp), Don Redman (sa, cl), Buster Bailey (cl), Coleman Hawkins (st, cl), Charlie Green (tb), Charlie Dixon (banjo), Bob Escudero (tuba), Kaizer Marshall (bat) – arranjo Don Redman – solo Armstrong
Gravação original: 30/out/1924 - Vocalion 14926 - Fonte: K7 Columbia/Legacy C4L 19 – 1961.

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