Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

HISTÓRIAS DO JAZZ - 12 - "CLUBE DOS SAÚVAS"

24 outubro 2006


Histórias do Jazz – 12 – “Os Saúvas”
A foto é de 1956 e mostra os fundadores do “Clube dos Saúvas” de Niterói, turma especializada em freqüentar os saudosos sebos da Rua São José catando raridades do Jazz. Da esquerda para a direita : Carlos Humberto, Raymundo Flores da Cunha (Mr.Jones), Silvio, Tião Neto, Hélio “Saturday”, Llulla, Danilo e Antonio Luiz (Pézinho).
Esse grupo teve um alguém muito interessante pelos diversos aspectos de
sua personalidade. Humorista, sádico, histriônico, emotivo, surpreendente etc.
Que dizer de uma pessoa que tinha espalhados pela sala alguns cinzeiros, os quais não permitia que fossem usados. Aos amigos fumantes oferecia um de lata, meio enferrujado. Tinha uma dúzia de gaiolas vazias e se negava a ter passarinhos porque os mesmos sujariam as peças . Tinha uma coleção de relógios de bolso (umas trinta peças) e achava ruim por ter que dar ,todas as noites, corda nos mesmos para que “pelo menos trabalhassem”.
Gostava de caçar e batizara sua espingarda de “Sweet Lorraine”. Certa ocasião quando lhe perguntei como iam as caçadas revelou que havia despedido a “Sweet Lorraine” e contou com os olhos marejados o que sucedeu. Atirou num pato e quando foi buscá-lo viu horrorizado os filhotes, nadando aflitos, em torno da ave abatida.
Torcia pelo América e tinha sob o vidro de sua mesa de trabalho um poster do time campeão carioca de 1960. Mas, na medida em que os jogadores eram vendidos ou trocados, pacientemente retirava o poster e cortava as cabeças dos “desertores”.
Gostava de “Jaze” (como ele pronunciava) e tinha como rival Mr.Jones, com quem disputava qualidade das agulhas, tamanho de caixas de som etc. Mr. Jones quis ser enterrado ao som de “I’m coming Virginia” de Bix Beiderbecke, no que foi atendido. Saindo do enterro comentei com ele: “Nosso amigo foi sepultado com as honras de estilo” e ele imediatamente respondeu : “é mais no meu vai tocar “Satchmo e a Bíblia”, as doze faixas.” Quando alguém comentava que havia comprado determinado disco a sua resposta era imediata : “Eu tenho mas o meu é importado! “ Costumava dizer : “Eu não entendo nada de Jaze mas, ninguém gosta mais do Jaze tradicional do que eu.” E disso deu prova. Quando a “Greatest World Jazz Band” encerrava seu único show no Municipal ele levantou-se de sua poltrona e aos berros solicitou que tocassem “Sweet Georgia Brown”.
Yank Lawson sorriu,chamou os músicos de volta ao palco e atendeu ao pedido. Esse era
DANILO LEMOS.

Nenhum comentário: