Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

HISTÓRIAS DO JAZZ - 9 - DIZZY E UM "BICÃO" NO CANECÃO

26 setembro 2006


Já presenciamos cenas inacreditáveis em shows de Jazz, mas essa, acontecida no Canecão em 12 de maio de 1987 ultrapassou qualquer expectativa. Mais uma vez chegava ao Rio um grupo liderado por Dizzy Gillespie para apresentações no
Canecão em 12 e 13 de maio. Fomos a estréia com o amigo Pedro Cardoso e esposa e nos preparamos para uma "noite de Jazz". Mas, logo de início notamos que algo não estava bem. Dizzy apareceu umas duas ou tres vezes ante a platéia,como que procurando alguma coisa ou alguém. Demonstrava preocupação. O espetáculo atrasou quase uma hora e no seu início Dizzy ocupou o microfone e falou uns quinze minutos sem dizer coisa com coisa. Muitas abobrinhas para a plebe. Em seguida, a banda atacou e após um curto solo de trumpete, Dizzy sentou-se ante uma tumbadora mostrando suas habilidades de percussionista. Quem tomou conta do repertório foi James Moody, co-lider e que também usou o humor para divertir a platéia, falando em um idioma parecido com o grego antes de anunciar o que iriam tocar. Na verdade, os dois saxofonistas, Moody e Sam Rivers salvaram o lado jazzístico do show, principalmente Moody quando interpretou tocando e cantando o seu "Moody's Mood" (I'm in the mood for love). O grupo não tinha pianista,sendo o guitarrista Ed Cherry o responsável pelo chamado acompanhamento harmônico. Mas, no centro do palco estava um piano, no qual esporádicamente Dizzy usava, emitindo alguns acordes.
No intervalo pudemos observar que o público não estava satisfeito. Afinal de contas o astro era Dizzy Gillespie que não tocava o trumpete,a não ser esporàdicamente e não largava a tumbadora.
De repente, aconteceu o inusitado. Dizzy ocupa o microfone e informa que iria receber um grande músico brasileiro, pianista e cantor, que iria interpretar um de seus "sucessos". Chega ao palco um jovem, senta-se ao piano e começa a cantar uma musiqueta, dessas que fariam inveja a um Fábio Jr. Coisa horrorosa logo recebida aos gritos de "bicão, bicão, olha o bicão". Dizzy tentou equilibrar a coisa, tocando algumas "clarinadas" em "obligato" mas, como se diz agora, "A CASA CAIU".
Posteriormente ficamos sabendo que o bicão era filho ou sobrinho de uma figura do governo estadual (Secretário de Fazenda talvez),que teria "molhado a mão" de Dizzy para cometer tal impropério. Alguém disse qu seu nome era Marco Camargo.
Não sabemos ao certo. Mas,como dizem, "money is money" e para concordar com tal
"promoção" Dizzy certamente engordou sua poupança. Enfim, como ele mesmo costumava dizer: "THIS IS BRAZIL". Para quem quizer anotar eis a formação do grupo :
Dizzy Gillespie(tp)- Jamesd Moody-Sam Rivers(st)- Ed Cherry (g) - John Lee(b) e Ignacio Berroa(dm). Por enquanto é só. Depois tem mais.

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