Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

NOSSOS PAIS MUSICAIS - PARTE 1

13 agosto 2006

Para além da integridade absoluta; da honestidade incondicional; da solidariedade que não faz distinção de qualquer espécie; da importância de saber reconhecer os erros; da coragem de defender os pontos de vista - e da paixão pelo Flamengo (como ainda adoro ouvir a história do gol do Valido, no 1º tricampeonato) - sem contar tudo quanto de melhor em valores e virtudes com ele aprendi, descobri em Marcos Benechis meu primeiro e mais importante pai musical.

Aos 16 anos, após um princípio de adolescência naturalmente seduzido pelo pop/rock, aceitei, um tanto relutante, seu convite para atender ao recital de Heitor Alimonda no Salão Leopoldo Miguez, da Escola Nacional de Música, na Rua do Passeio. Nunca mais fui o mesmo. Desde os 13, adorava música e já me sabia um melômano, mas, daquele dia em diante, e pelos dois anos seguintes, larguei as patéticas tentativas dos "progressivos" de fazer música clássica travestida de rock, e mergulhei nos LP's dele, onde estava a fonte de tudo: the real shit, dir-se-ia na gíria jazzística.

Em compositores como Chopin, Beethoven, Bach, Scarlatti, Schubert, Schumann, Liszt, Brahms, Paganini, entre outros, e nos músicos, principalmente pianistas, de uma era romântica do século passado (Malcuzynski, Cziffra, Horowitz, Gieseking, Benda, Ricci, etc.), anteriores à febre dos anos 80, dos "instrumentos de época" e da "busca da intenção do autor", neles descobri a verdade musical maior, que faz a ligação direta entre a alma e a lágrima, e que dá sentido ao dito bíblico: Deus realmente fez o homem "à Sua imagem e semelhança".

Papai, meu primeiro pai musical, meu primeiro ídolo, é pianista clássico e seu modo de tocar, de intepretar, assim como a emblemática coleção de discos, foram, para mim, uma "caixa de Pandora" às avessas: aberta, ao invés de males e pecados, libertou os mais emocionantes segredos e poemas que os Gênios, com sua Música, resolveram, para graça dos demais mortais, dividir conosco.

Minha homenagem, hoje, é, em especial, para você, Benechis Pai e já Avô.

Mas, afortunado, ganhei, com os anos - e ainda recentemente - outros pais musicais: Luiz Paulo Horta, José Domingos Raffaelli, Arlindo Coutinho, Luiz Orlando Carneiro e Luiz Carlos Antunes, de quem falarei, um a um, nos próximos posts.

Por enquanto e desde logo, a todos vocês, obrigado e um feliz Dia dos Pais !

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