Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

FINALMENTE, JAZZ PARA ESCOLHER - UM NOVO PLAYER

29 junho 2006

A partir de agora e até quando o nosso espaço em servidor permitir, vamos proporcionar aos leitores, aqui na coluna fixa da esquerda, num player prateado, uma escolha pequena mas selecionada, de trilha sonora jazzística para acompanhá-los.

Graças ao sensacional trabalho de um paulista chamado Fabrício Zuardi, que "inventou" esse genial artefato em flash - e que inclusive já o disponibiliza para o gigante Google como uma das aplicações disponíveis para quem tem uma página pessoal gerada no buscador - e suas instruções por email madrugada a dentro, conseguimos finalmente realizar mais este melhoramento, cuja ausência há tempos nos perseguia.

Vocês podem escolher que tema ouvir ou ouvir na ordem que lá está ou ainda, botar no "shuffle" (há um pequenino "S", no alto do player, à direita) e deixar o barco correr, enquanto se inteiram das novidades.

Nossa intenção é de refazer a lista de músicas a cada semana - dá um trabalho louco - e mesmo preparar uma com músicas bem representativas dos gênios que consideramos como os mais importantes nomes do jazz.

Mais uma vez e de público, nosso agradecimento ao Fabrício, cujo trabalho como desenvolvedor é encontrável em cchits.org ou em cchits.blogspot.com .

[E, à medida em que as coisas forem avançando, poderemos ter listas preparadas por cada um dos membros, que terão assim a oportunidade de exercer sua porção de JAZZDJs e mostrar ao mundo o seu bom gosto.]

UM RANKING NOS EUA

26 junho 2006

Sem empreender julgamento de qualquer natureza, a ilustração serve para trazer aos confrades e leitores, os parâmetros da execução, em rádio, nos Estados Unidos, do que eles lá consideram responder pela categoria jazz. Vejam o ranking das duas últimas semanas.

Sua publicação, aqui, ajuda-nos a perceber certos jazzistas de quem gostamos, que estão com lançamento na praça, que possam nos ter passado despercebidos. E traz também à luz algumas novidades que podem ser dignas de atenção, pesquisa e quem sabe até mesmo sua audição. Exploradores e desbravadores, à luta.

E aqueles que tiverem alguma recomendação sobre estes "novatos", por favor avisem ao resto da manada!

BARNEY KESSEL & HERB ELLIS

24 junho 2006

Instigado pelas lembranças de infância (quem não assistiu os Flinstones ?), pela admiração da guitarra no Jazz, e "last but not least", por ter um sobrenome de um dos maiores guitarristas de jazz de todos os tempos, BARNEY KESSEL (junto com os gigantes Joe Pass e Wes Montgomery), gostaria de divulgar aos visitantes do blog este duo fantástico composto por BARNEY KESSEL e por HERB ELLIS.

Aproveitem e ouçam

JAZZ EM VÍDEO - BILL EVANS, NHOP & ALAN DAWSON - BEAUTIFUL LOVE

21 junho 2006



Mais uma maravilha de Mr. Evans na Europa, com um Niels-Henning bem garoto. Garimpada pelo confrade B.Kessel, estava aguardando vez na nossa "fila" de vídeos a serem postados. Não precisa de maiores detalhes, é só clicar e "correr para os abraços". Isso é Bill. Isso é jazz. Aleluia, irmãos.

PREMIOS DA JJA - JAZZ JOURNALISTS ASSOCIATION - VERSÃO 2006
ANUNCIADOS ONTEM

A Associação dos Jornalistas de Jazz, americana, anunciou ontem os vencedores na sua tradicional premiação anual, com destaque para as honrarias recebidas por Sonny Rollins e Roy Haines.

Essa associação, que congrega escritores, executantes (no original, broadcasters) em rádio ou tevê, fotógrafos e profissionais de mídia e notícias dedicados ou relacionadas ao jazz no mundo todo promoveu seu Décimo Prêmio Anual, homenageando musicos de jazz e os aficionados nesta segunda feira, 19 de junho, no B.B. King's Blues Club and Grill, em Nova Iorque. O evento contou com apresentações musicais de: Dewey Redman Ensemble; Sy Johnson Quartet, acompanhado do saxofonista Craig Handy; T.C. III, vencedor da competição vocal "Jazzmobile Vocal Competition" promovida pela Anheuser-Busch (leia-se cerveja Michelob) e pelo pianista Ezra Weiss, que apresentou sua composição "Winter Machine", vencedora do "ASCAP Young Jazz Composers Award", com o trompetista Michael Phillip Mossman, o saxofonista-alto Antonio Hart, o saxofonista-tenor Kelly Roberg e o baixista Corcoran Holt.

Mais de 400 membros da JJA votaram nos prêmios, concedidos em 41 categorias de realizações. A The JJA também agraciou com o prêmio "A Team" a defensores, entusiastas, doadores e patrocinadores do jazz como forma de arte. Dentre os patrocinadores agraciados com o prêmio de 2006 estavam as seguintes entidades: Anheuser-Busch, ASCAP, BET J, Concord Music Group, Mack Avenue Records, Steinway Pianos, o Sr. George Wein e a estação WBGO-FM, entre outros.

Segue a lista completa dos prêmios, no original:

1) Lifetime Achievement in Jazz - Roy Haynes
2) Musician of the Year - Sonny Rollins
3) Up & Coming Musician of the Year - Dafnis Prieto
4) Jazz Album of the Year - Thelonious Monk Quartet with John Coltrane At Carnegie Hall (Blue Note)
5) Jazz Reissue of the Year, single CD - Pat Metheny & Ornette Coleman, Song X (Nonesuch)
6) Jazz Reissue of the Year, boxed set - Miles Davis, The Cellar Door Sessions 1970 (Columbia/Legacy) Original Recordings by Stan Tonkel; Compiled by Adam Holzman & Bob Belden
7) Jazz Record Label of the Year - Concord Music Group, Concord/Fantasy/Telarc
8) Jazz Events Producer of the Year - George Wein, Festival Productions
9) Jazz Composer of the Year - Andrew Hill
10) Jazz Arranger of the Year - Maria Schneider
11) Male Jazz Singer of the Year - Kurt Elling
12) Female Jazz Singer of the Year - Dianne Reeves
13) Latin Jazz Album of the Year - Bebo Valdés, Bebo de Cuba (Calle 54)
14) Small Ensemble Group of the Year - Wayne Shorter Quartet
15) Large Ensemble of the Year - Gerald Wilson Orchestra
16) Trumpeter of the Year - Dave Douglas
17) Trombonist of the Year - Wycliffe Gordon
18) Player of the Year of Instruments Rare in Jazz - Toots Thielemans, harmonica
19) Alto Saxophonist of the Year - Phil Woods
20) Tenor Saxophonist of the Year - Sonny Rollins
21) Soprano Saxophonist of the Year - Jane Ira Bloom
22) Baritone Saxophonist of the Year - James Carter
23) Clarinetist of the Year - Paquito D'Rivera
24) Flutist of the Year - Sam Rivers
25) Pianist of the Year - Bill Charlap
26) Organ-keyboards of the Year - Joey DeFrancesco
27) Guitarist of the Year - Jim Hall
28) Acoustic Bassist of the Year - Ron Carter
29) Electric Bassist of the Year - Christian McBride
30) Strings Player of the Year - Regina Carter
31) Mallets Player of the Year - Joe Locke
32) Percussionist of the Year - Ray Barretto
33) Drummer of the Year - Paul Motian

Deixamos de publicar a lista dos prêmios não-musicais por questões de espaço e pelo pequeno interesse que poderiam despertar aqui. Estão lançados, no entanto, no primeiro comentário a este post para os que desejarem a informação.

PONTO MÁXIMO DE NOSSOS CONCERTOS ?

20 junho 2006



Versão talvez insuperável de Vera Cruz (Milton Nascimento), na premiere carioca (nacional, talvez ?) do inacreditável Brazilian Jazz Trio (Hélio Alves, piano; Nilson Matta, baixo; Duduka da Fonseca, bateria), em 21/01/2004, produzida por ... ?

CJUB, claro, daquela feita pelas mãos do grande Mestre Raf (e registrada pela câmera esperta de nosso Marcelink) !

Não me lembro de um solo do Helinho - ao vivo ou disco - tão inspirado. Nosso pequeno gigante do piano estava simplesmente iluminado naquela noite. Duduka e Nilson também, como sempre, impossíveis.

Não me esqueço da reação do Duduka quando ouviu a gravação, na minha casa, ano passado, ele próprio - que tem Hélio como seu pianista regular, há vários anos - se surpreendendo com o altíssimo nível de execução: "Cara, o Helinho tá tocando DEMAIS !", me disse, beirando a perplexidade.

E ainda conseguimos produzir o trio, de novo, este ano, em outro concerto antológico.

Aproveitem !

CJUB EM VÍDEO: JARRET, PEACOCK e DEJOHNETTE:
PARA O AGAMENON, EM HOMENAGEM AO BUSSUNDA



Sem mais palavras. Bussunda, RIP.

CJUB & CASSETA E PLANETA - ALGO EM COMUM

Desde que a notícia da morte de Bussunda chegou, na manhã de sábado, ainda tento achar que não é verdade. A impressão é que está faltando alguma coisa...É estranho como alguem que não chegamos a conhecer pessoalmente nos faça falta...

Já li inúmeros jornais, vi inúmeros noticiários, mas o choque permanece. Quantas vezes meu filho não me pediu para assistir junto com ele o programa. Taí uma turma que aproxima gerações e assim tem que continuar.

Desde o período de faculdade (cursei Economia na UFRJ de 1978 a 1983), tinha o hábito de adquirir o Jornal Planeta Diário, que junto com a Casseta Popular, foram os embriões da trupe Casseta e Planeta.

Naquela época, já gostava de Jazz...

Este breve início é apenas para desejar ao Reinaldo (desenhista, humorista, baixista e colega de CJUB)que leve aos seus amigos de Casseta e Planeta a força de uns caras que gostam de Jazz como ele...

À propósito, para quem entra no Blog agora, saibam que o baixista Reinaldo faz parte de um Quinteto instrumental chamado COMPANHIA ESTADUAL DE JAZZ, formado por Guilherme Vianna (sax tenor e flauta), Sérgio Fayne (piano), André Barion (guitarra e complementos eletrônicos), Chico Pessanha (bateria).

BETO KESSEL

AGAMENON NO JAZZ

Como todos os seus 17 leitores sabem, Agamenon Mendes Pedreira detesta jazz, pelo menos a metade Marcelo Madureira (Hubert, não sei), que não se cansa, nos mais variados programas, de apregoar seu estúpido repúdio pelo gênero.

Começo a achar, no entanto, que não é bem assim, depois de ler a impagável coluna de hoje (vejam o último parágrafo), reproduzida ao lado (Jornal O Globo, Caderno Esportes "Copa 2006", pág. 14). É tudo teatro. Ao que parece, o cara não só gosta, como conhece. Só acha "engraçadinho" dizer o contrário. [Deve ser só para chatear o Reinaldo, que é Casseta Fundador, toca jazz e é membro colaborador do CJUB (MN).]

Usem o link Agamenon - Jornal O Globo ou cliquem na ilustração para ampliar a dita cuja - coluna -, que este blog é sério.

JAZZ EM VÍDEO: ART BLAKEY JAZZ MESSENGERS: DAT DERE



Com uma formação estelar em torno de si - como quase sempre o fez - o dínamo Blakey aqui nos proporciona uma maravilhosa rendição do tema DAT DERE, (Bobby Timmons/Oscar Brown Jr.), com destaque para os chord-changes do fenomenal pianista, além das presenças de Lee Morgan e Wayne Shorter, e o baixo de Jymie Merritt.

Uma preciosidade, em todos os sentidos. Recostem-se e aproveitem estes oito mágicos minutos de jazz "comme-il-should be".

DESCULPEM O ATRASO: MESTRE LOC NO JB DE ONTEM

Há certos dias em que as coisas simplesmente passam por nós e não nos damos conta.

Ontem foi um destes, e dada a opção de dois jornais sobre a mesa, peguei o Globo, sem atentar - ainda não registrei, depois de tantos anos saindo na quinta feira - que ali no JB pulsava o artigo do Mestre.

E logo sobre um favorito, dele e meu, uma preferência pessoal que defendo timidamente diante de meus confrades que me brandem Hawkins, Webster e Gordon.
Como de gustibus non disputandum est, ainda vou de Rollins em 85% das vezes em que me é dada a opção. Coisa de ouvido. Segue o texto da coluna do Mestre LOC, de ontem. Cliquem e desfrutem.

Ou cliquem no vídeo anexo para ver um documentário (100% em inglês, sem concessões, infelizmente) sobre o mencionado CD, Sonny, Please, com alguns trechos gravados ao vivo no Festival de Saint Lucia e outros em apresentações em teatros. O sax de Sonny soa como uma seda. Sensacional.



(post complementado e incrementado em tributo ao Mestre LOC)

CJUB TEM MÚSICA PARA QUEM QUISER

19 junho 2006

Estamos testando a forma ideal de prover aos leitores que assim desejem, a audição de temas escolhidos pelos membros para acompanhar a leitura dos posts. Nossa idéia inicial é a de prover um tema por semana, até que recebamos algum tipo de fidibéque a respeito. Opinem!

Há total interesse em dar opções de temas aos navegantes e estamos trabalhando nesse sentido. No entanto, motivos técnicos ainda não nos permitem essa possibilidade. Esperamos disponibilizá-la o quanto antes para que o CJUB se transforme no lugar ideal para se estacionar depois de tanta navegação estéril nessa vasta rede.

Para ouvir o tema escolhido, cliquem duas vezes no player localizado na coluna da esquerda e ouçam a atual "Seleção CJUB".

Abraços,


P.S.: está funcionando de modo impecável o "feed" do CJUB, que permite que você receba no seu site ou blog pessoal a informação de que houve algum post novo, sem ter necessariamente de abrir nossa página. O post do Guzz, explicando como fazer isso (é moleza), para quem perdeu, está aqui. É a tecnologia mais em evidência no momento, encurtando os tempos de acesso, fazendo com que vc. só vá até um determinado site de notícias ou de posts "na boa". Quem tem email no Google, por exemplo, pode montar sua página pessoal só com o que lhe interessa e claro, usar o feed do CJUB para saber das atualizações. Experimentem.

JAZZ EM VÍDEO: DAVE BRUBECK QUARTET - TAKE FIVE

18 junho 2006



Versão ao vivo do hit de Brubeck, também no célebre programa de TV do crítico (e fundador e organizador do Monterey Jazz Festival) Ralph J. Gleason, Jazz Casual (1961).

JAZZ EM VÍDEO: ROBIN EUBANKS - TIM JAZZ 2004 SP - (ESPECIAL PARA VÍTTOR SANTOS)



Este vídeo é de uma parte da apresentação do Robin Eubanks (irmão do afamado guitarrista Kevin e cujo irmão caçula, o trompetista Duane, já ganha destaque nessa família totalmente musical, haja vista a herança dos atributos da avó materna, da mãe Vera e dos tios Ray e Tommy Bryant) na orquestra de Dave Holland, por ocasião do Tim Jazz Festival de São Paulo em 2004, que contou com a presença de três CJUBianos na platéia. Foi gravado, acredito, por alguém da produção do evento ou algum " roadie", já que pelo angulo e pela proximidade da banda, estava no palco.
A notar, as presenças visíveis, mesmo que por segundos, de Steve Nelson no vibrafone, Jaleel Shaw no sax alto e Cris Potter no tenor, entre muitoas outras estrelas da sensacional banda que Holland juntou para tocar aqui.

Dedico este post ao grande Maestro Víttor Santos, que volta e meia nos dá a honra de passar por aqui para ler e eventualmente comentar nossas informações. A ele, um grande abraço.

UFRJazz Ensemble NA CECÍLIA MEIRELES: PROGRAMAÇO!

Recebo do Julio Merlino, sax[de]alto[nível] da boa Orquestra pilotada pelo Maestro José Rua, o convite ao lado (cliquem para ampliar) para a apresentação na Sala Cecília Meireles, no próximo dia 23 de junho, às 20 horas.

Será ali o lançamento do CD "Paisagens do Rio" , último trabalho do conjunto. Pelos arranjadores ali mencionados, só tem coisa séria e muito fina.

É uma excelente ocasião para se ouvir música feita com dedicação e empenho, em ambiente de ótima acústica e fácil acesso.

Recomendo a apresentação a todos os interessados em música instrumental como um belo programa, imperdível para quem sente a carencia de grandes bandas aqui no Rio. O Maestro Rua promete e entrega. Todos lá!

JAZZ EM VÍDEO: COLTRANE, TYNER, GARRISON, JONES - 1963 - AFRO BLUE

16 junho 2006



Você já VIU John Coltrane tocando sax soprano? Aqui está uma ótima oportunidade, nessa interpretação de 1963 do tema de Mongo Santamaria, Afro Blue, contando com um monumental McCoy Tyner no piano, Jimmy Garrison no baixo e o baterista que tem uma torcida semelhante à do Botafogo, numerosa, mas não tão "religiosa" como a do Flamengo, Elvin Jones, segurando o ritmo de forma exemplar, embora haja gente que considere baixo o volume da bateria na gravação. A produção desse programa era do colunista de jazz Ralph Gleason.

MAURICIO EINHORN NA SALA BADEN POWELL

Olá amigos do CJUB,
Mauricio Einhorn comemora 70 anos de gaita em shows hoje e amanhã na Sala Baden Powell.

Mauricio Einhorn (harmônica); Alberto Chimelli (piano); Sérgio Barrozo (baixo); João Cortez (bateria)

A categoria de um quarteto formado por grandes músicos e a sensibilidade de um compositor genial e intérprete reconhecido em todo o mundo, com a promessa de um repertório diferente a cada noite, serão apresentadas, entre outras:

... “Manhã de Carnaval”, “Corcovado”, “Despedida de Mangueira”, “Carinhoso”, “Garota de Ipanema”, “As Rosas não Falam” ...

... de autoria própria, “Lembras Daquele Filme Chicão?”, “Tristeza de nós Dois” e “Batida Diferente” ...

... além de clássicos norte-americanos, “Autumn in New York” e “Fascinatin’ Rhythm”, gravados em seu último CD.

16 e 17/06 - SEXTA-FEIRA 19h e SÁBADO 20h
Sala Baden Powell - Av. Copacabana, 360 - Tel: (21) 2548-0421
Ingressos: R$ 20,00 (R$ 10,00 para estudantes, maiores de 60 anos e Clube Delira Música)

JAZZ EM VÍDEO: AGORA, A PRATA DA CASA: LAPATAIA/2006
JESSÉ SADOC

14 junho 2006



Com a facilidade do YouTube, vamos poder expor aqui alguns momentos gravados pelos membros do blog em suas andanças jazzísticas pelaí. Começamos com um trecho em que sola o grande trompetista Jessé Sadoc, astro de primeira grandeza no firmamento do instrumento - tanto que formou já no primeiro concerto da série que o CJUB produziu, em 2003, além de outros mais -, aqui na companhia de outros grandes nomes como Diego Urcola e Claudio Roditi, no Festival de Lapataia, em Punta del Este, Uruguai, em janeiro deste ano.

Embora de curta duração, seu solo mostra com folga todos os seus amadurecidos truques e fluência. Um craque que mostra que pode tocar em qualquer seleção, de qualquer país do mundo.

PABLO RECORDS - UMA LEGENDA

13 junho 2006

Confesso que sou um aficionado por logotipos, pois eles me remetem a boas lembranças. Entre eles destaco os esportivos da Adidas (o antigo), o Onitsuka Tiger (agora Asics), o da Butterfly (do Tênis de Mesa), mas como diz o nosso Mestre Llulla, O ASSUNTO É JAZZ!!!

Outro dia, ao postar sobre o “Release” de um DVD do Concerto de Jazz protagonizado por Joe Pass em Montreux há cerca de 21 anos, acabei lembrando de outros trabalhos da Pablo Records, sêlo criado por Norman Granz em 1973.

Norman Granz, fundador do Jazz At The Philharmonic, que chegou a ter outros sêlos como o CLEF, NORGRAN e VERVE lançou a Pablo em 1973 e rapidamente construiu um catálogo de altíssimo nível, congregando músicos do quilate de Oscar Peterson, Joe Pass, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Benny Carter, Dizzy Gillespie, Milt Jackson, NHOP, Count Basie, John Coltrane, Art Tatum etc...

Após ter lançado cerca de 350 albuns, Granz vendeu a Pablo para o selo Fantasy em 1987.

Ouvi e tive inúmeros discos de vinil (que lamentavelmente vendi) inesquecíveis, nos quais pude conhecer verdadeiros dream teams do Jazz.

Peterson & Pass tocaram juntos em diversos albuns, em outros tivemos Benny Carter e Milt Jackson juntos.

Fica a lembrança num momento em que trabalhos em DVD voltam ao mercado para lembrar as produções de Norman Granz

BETO KESSEL

JAZZ EM VÍDEO: AGORA MR. BILL EVANS EM 1966
IF YOU COULD SEE ME NOW

12 junho 2006



O impecável Mr. Bill com seu trio em Oslo, no ano de 1966. A platéia - elegantérrima, como se fosse toda composta de médicos ou cientistas - parece não acreditar no que está presenciando ali, a transmutação de uma simples balada em uma demonstração tão linda de lirismo e emoção contida como só esse gênio do jazz era capaz de proporcionar. Emocionante!

JOE PASS IN MONTREUX - 1985

11 junho 2006

Norman Granz, produtor importante na carreira de músicos como Oscar Peterson e Joe Pass (quem não lembra os albuns inesquecíveis da PABLO)nos faz recordar momentos brilhantes, agora através do DVD Norman Granz' Jazz in Montreux - Joe Pass '75, cujo lançamento, segundo o site allaboutjazz ocorrerá na próxima terça feira, 13.06.2006.

Eu tive a satisfação de ter este show no velho K7, devidamente autografado por Pass apos show realizado no finado Jazzmania em 1986 ou 1987.

Seguem abaixo os temas:

Part One - July 17, 1975

1. More Than You Know
2. It's A Wonderful World
3. Mahna Do Carnaval
4. Joe's Blues
5. Nuages
6. Blues
7. I'm Glad There Is You
8. Willow Weep For Me
9. Montreux Changes
Part Two - July 18, 1975

1. Summertime
2. You Are The Sunshine Of My Life
3. The Very Thought Of You
4. Blues For Nina
5. LI'l Darling'
6. How Long Has This Been Going On

Com certeza, devem ser 79 minutos de pura emoção com aquele que na minha modesta opinião, foi um dos mais brilhantes guitarristas de jazz de todos os tempos...

Beto Kessel

CJUB AGORA É NOTÍCIA EM SUA PÁGINA PESSOAL

10 junho 2006

Esta pequena imagem localizada no alto da coluna fixa da esquerda indica que o conteúdo desta página está disponível para distribuição.

Basta clicar sobre ela com o botão direito do mouse e capturar o endereço descrito, isto é, copiar o link e adicioná-lo ao seu agregador de notícias, seu site ou blog pessoais.

Agora, o CJUB diz pra você quando tem notícia nova e coloca você mais perto da gente.

TEM ELDAR NOVO NA PRAÇA - EM MANHATTAN, CLARO

09 junho 2006

Segundo apuramos, durante sua estada no Blue Note, o fenomenal pianista de 19 anos Eldar Djangirov lá gravou um CD ao vivo com seu trio - totalizando quatro os seus discos lançados até agora - ao qual chamou de Daily Living. Participam especialmente deste projeto como convidados os trompetistas Roy Hargrove e Chris Botti, ambos destacados figurantes do cenário jazzístico novaiorquino.

Além de originais, o jovem soviético hoje naturalizado americano abriu espaço para composições de Cole Porter e de Thelonious Monk. Segundo o colunista John Matouk, que resenhou o disco, sua única falha parece ser o espaço exagerado que ocupa em relação aos demais músicos, em vista de sua exuberante energia e virtuosismo.

Certamente decorrentes de sua tenra juventude, estas " falhas" deverão se esvair ao longo do tempo, na medida em que for amadurecendo. De qualquer forma, e pelo menos para Matouk, Eldar já se afigura como um possível Oscar Peterson. E claro, sempre haverá quem o ache muito pirotécnico, mas que tem um "punch" absolutamente empolgante, ninguém pode negar.

Particularmente, continuo apostando minhas fichas no potrinho. Que tem tudo para ser um verdadeiro campeão.

Para assistir ao vídeo promocional disponibilizado pela Sony Classical, cliquem aqui.A breve troca de idéias entre Eldar e Hargrove mostra como é empolgante, e sempre será, a reunião de músicos proficientes num palco. Mesmo que um deles tenha apenas 19 anos. E como seria bom se se pudesse assistir a esse encontro e esses sets, nem que fosse em DVD.

JAZZ EM VÍDEO: NAT "KING" COLE, OSCAR PETERSON TRIO & COLEMAN HAWKINS




Seguindo a atual tendência de disponibilizar-se vídeos em inúmeros sites, como o Google Video, o YouTube e o MetaCafe - entre inúmeros outros que estão surgindo a cada instante - o CJUB entra de cabeça nesta moda e, volta e meia, seus leitores poderão se deliciar com algumas jóias raras do jazz capturado em filme ou vídeo.

Começamos a série com a sensacional apresentação de SWEET LORRAINE, com Nat Cole e o trio de Oscar Peterson, mais o auxílio divino de Coleman Hawkins.

Enjoy!

MÚSICA E MÚSICOS NO RIO DE JANEIRO II

08 junho 2006

Dando prosseguimento ao post anterior, segue mais uma daquelas dicas para quem aprecia SAMBA JAZZ, BOSSA NOVA E JAZZ.

Depois de lançado no Rio de Janeiro e em São Paulo, e já comentado no CJUB, inclusive com reprodução da resenha preparada pelo Mestre Raffaelli, o SAMBAJAZZ TRIO volta a tocar no Rio o repertório do album AGORA SIM.

O trio, composto pelos músicos Kiko Continentino (teclado), Luiz Alves (baixo acústico) e Clauton "Neguinho" Alves (bateria e trumpete toca no Esch Café do Leblon, neste sábado (10.06.2006) às 21:45.

O Esch Café fica na Rua Dias Ferreira, 78a - Leblon - Tel: 2512-5651

Mais uma chance de ouvir música de qualidade, através de músicos talentosos e que tocam com emoção.

Beto Kessel

MÚSICA E MÚSICOS NO RIO DE JANEIRO

Voltando a boa tradição Cjubiana de divulgar trabalhos de grandes músicos, informamos com satisfação o seguinte show:

SHOW: O Coração Brasileiro de Maurício Einhorn
O grande gaitista de jazz Maurício Einhorn está apresentando "Coração Brasileiro", seu novo show com quarteto formado por Alberto Chimelli (piano & teclados), Luiz Alves (baixo) e João Cortez (bateria).

DATA: 16/06/2006 a 17/06/2006

LOCAL: Sala Baden Powell: Av. Nossa Senhora de Copacabana 360, Copacabana

HORÁRIO: Sexta e Sábado às 19h00. Informações Tel: (21) 2548-0421.

PREÇOS: R$ 10,00 e R$ 5,00 (estudantes e idosos).

Já tive a satisfação de vê-los tocando no Mistura Fina,e para quem aprecia música tocada com emoção, é Programa Certo

Beto Kessel

RIO DAS OSTRAS JAZZ FESTIVAL

Está chegando a 4a. edição do Rio das Ostras Jazz & Blues, festival que acontecerá semana que vem em Rio das Ostras, na chamada Região dos Lagos no Rio de Janeiro, de 14 a 18 de junho.
O festival já é destaque na programação nacional e a cada ano vem trazendo nomes importantes do cenário musical, principalmente do Jazz e do Blues.
Os shows ocorrem em 3 palcos, nas praias de Costazul e Tartaruga e na Lagoa de Iriry e, como sempre, muita jam sessions nos bares da cidade.

Alguns nomes de destaque no festival deste ano. Com foco no jazz teremos o trompete de Wallace Roney, James Carter e TS Monk, filho do lendário Thelonius Monk.

James Carter vem com seu Organ Trio formado pelo organista Gerard Gibbs e o baterista Leonard King que formaram o grupo em seu último disco chamado Out of Nowhere. Esperamos que se junte ao trio o sax baritono de Hamiet Bluiett e o guitarrista James “Blood” Ulmer, que tem excursionado junto com o grupo.
Wallace Roney foi o trompetista do V.S.O.P, grupo que reuniu Wayne Shorter, Herbie Hancock, Ron Carter e Tony Willians em tributo a Miles Davis. Em seu último disco - Mystikal - teve a companhia de Geri Allen ao piano e Matthew Garrison ao contrabaixo, o que nos dá esperança de podermos ver coisa boa por aí.
Outra atração internacional fica por conta do baixista Richard Bona que também esteve presente na edição do ano passado e esticou a temporada no Mistura Fina, no RJ.
Bona foi atração a parte por onde passou, mostrou muita musicalidade e muito som para quem teve a oportunidade de vê-lo. Outro que será bom ver novamente é Larry Carlton e sua famosa Gibson 335 no palco, esta que lhe deu o pseudônimo de Mr.335 pela sua pegada forte e bem blues.
Do set nacional, Leo Gandelman e a Banda Mantiqueira, que em seu último e recente lançamento - Terra Amantiqueira - mostrou que a banda tá com a corda toda.
Na seara do Blues, a gaita de Charlie Musselwhite, o blues de Chicago de Eddy Clearwater, os brasileiros Fernando Noronha e a Prado Blues Band.

Atenção : A programação indica a presença do guitarrista Larry Carlton porém sua página na internet diz que as apresentações no Brasil foram canceladas, o que inclui além do festival de Rio das Ostras as apresentações no projeto Rio SESC Intrumental no RJ e SP.
Não consegui confirmar esta notícia, vamos aguardar.


A programação do festival :

Quarta, 14/06
Praia Costazul - 20h : Banda Mantiqueira e Léo Gandelman

Quinta, 15/06
Lagoa de Iriri - 14h : Fernando Noronha
Praia de Tartaruga - 17h : Richard Bona
Praia Costazul - 20h : James Carter, Larry Carlton e Fernando Noronha

Sexta, 16/06
Lagoa de Iriri - 14h : Charlie Musselwhite
Praia de Tartaruga - 17h : Eddy Clearwater
Praia Costazul - 20h : TS Monk, Richard Bona e Prado Blues Band

Sabado, 17/06
Lagoa de Iriri - 14h : Prado Blues Band
Praia de Tartaruga - 17h : TS Monk
Praia Costazul - 20h : Eddy Clearwater, Wallace Roney e Charlie Musselwhite

Domingo, 18/06
Shopping de Rio das Ostras - 15:30h : James Carter
Praia de Tartaruga - 17:30h : Wallace Roney

JAZZ DO AVIÃO (Air France)

Apenas curiosidade. Em recente viagem à Paris, via Air France, o cardápio musical da aeronave, gênero jazz, produção especial "L'Esprit Jazz", veio assinado por Frédéric Charbaut, com os seguintes títulos:
01. Stéphane Huchard – “Jazzy Dans L’métro”
02. Louisa Bey – “Vanished Melodies”
03. Édouard Bineau – “Besame Mucho”
04. Jean-Pierre Gallis - “Secret Love”
05. Daniel Mille – “Oblivion”
06. Manu Katché – “Lullaby”
07. Geoff Gascoyne – I”ll Sing You”
08. Orchestre National de Jazz – “The Rain Song”
09. Anna Maria Jopek – “Insatiable”
10. EST – “Viaticum”
11. Marva Wright – “Born With The Blues”
12. Randy Brecker – “And Then She Wept”
13. John Scofield – “I Don’t Need No Doctor”
14. Brad Mehldau (foto) – “Alfie”
15. Diana Krall – “I’ve Changed My Address”
16. The Bad Plus – “Forces”
17. Mark Murphy – “Wheelers And Dealers”
18. Vince Jones – “When I Fall In Love”
19. Eric Bibb – “I’ll Never lose You”
20. Oscar Brown Jr. – “Signifying Monkey”
21. N. Landgren/J. Sample – “Same Old Story”
22. Tom Waits – “A Sweet Little Bullit”.

PS. O título do post é uma homenagem ao clássico jobiniano "Samba Do Avião", cuja introdução foi composta por outro super craque da nossa música, Dorival Caymmi - fiquei sabendo outro dia.........

TRIPLO REGOZIJO

05 junho 2006

Bela a surpresa desta data, quando a leitura - obrigatória, diga-se - da coluna do CJUBIANO Mestre LOC no Jornal do Brasil, mostrou-nos suas curtas porém saborosas palavras sobre o trabalho que uma outra CJUBIANA, a nossa PegLu (também conhecida no mundo como Luciana Pegorer, C.E.O. da Delira Música) vem desenvolvendo no Brasil em prol da boa música. Segue abaixo a coluna do Mestre, para que todos possam dela ter conhecimento. Parabéns, portanto, a todo mundo.












Como se não bastasse, e para coroar esta data tão especial, hoje é o aniversário do Mestre Goltinho, a.k.a. Arlindo Carlos Coutinho, triplê de jazzófilo/classicófilo, futebólogo e boa-pracíssima figuraça.

Ao Couto, vai daqui nosso grande abraço e o desejo de muitos e saudáveis anos de vida. PARABÉNS!!!

UMA BIG BAND BRASILEIRA

04 junho 2006

Quem diria que na região racista onde as águas escuras do Rio Negro se encontram com as águas claras do Rio Solimões e não se misturam, mais precisamente em Manaus, iriamos encontrar uma big band que toca jazz.

A Amazonas Band foi constituída pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado do Amazonas em 2000, com objetivo de difundir, preservar e incentivar a criação de música popular instrumental, privilegiando as vertentes associadas nesse campo ao legado cultural brasileiro assim como ao jazz, bossa e a diversos outros gêneros.

O Instituto Embratel 21 tem videos (com péssima qualidade de vídeo e áudio - infelizmente) das suas apresentações no Teatro Amazonas. Os músicos bem coordenados pelo maestro Rui Carvalho tocam diversos temas com improvisos jazzisticos e de bossa nova de bom nível. São 20 músicos, 5 sax, 4 trombones, 5 trompetes, 1 piano, 1 guitarra, 1 contrabaixo, 1 bateria, 2 percussionistas.

Como as orquestras e big bands de música popular andam meio raras por nossas bandas, fica então essa justa homenagem a Amazonas Band.

DA SÉRIE "COPIANDO O QUE INTERESSA":
JOÃO DONATO EM LONDRES

02 junho 2006

A dublê de jornalista e cantora Mônica Vasconcelos, radicada na Inglaterra, entrevistou o Donato quando de sua última passagem pelo umbigo do Universo, a swinging London, que o site da BBC no Brasil assim reproduziu e nós copiamos para sua disseminação aos confrades e leitores. A entrevista é o João como todos o conhecemos, sem tirar nem pôr. Uma delícia.

"UMA NOITE EM LONDRES COM MESTRES DA BOSSA NOVA"

Ausente da mídia brasileira, a bossa nova provou que continua muito viva em Londres, o que confirma uma realidade que observo a cada show que faço como cantora radicada na Grã-Bretanha.

Nesta semana, a capital britânica foi palco de um mega-concerto que reuniu um pioneiro do movimento, João Donato, e ainda Marcos Valle, a cantora Wanda Sá e outros convidados - eu incluída.

Exatamente. Eu, que cresci ouvindo e cantando a música desses mestres, tive a honra de participar do projeto e de cantar ao lado dos meus heróis. Nós nos apresentamos para uma platéia calorosa, de mais de 800 pessoas, no Cadogan Hall, região central. Fomos aplaudidos de pé.

A imprensa londrina saudou a vinda de Donato como sua estréia na cidade, já que em sua primeira visita, há 40 anos, o compositor e pianista veio acompanhar Astrud Gilberto. Donato, hoje aos 72 anos, lançou recentemente no Brasil o DVD Donatural. Ele acaba de gravar um álbum com o saxofonista Paulo Moura. Na Grã-Bretanha, alguns de seus álbuns foram relançados pelo selo WhatMusic.

Conhecido por suas respostas evasivas a jornalistas, o autor de clássicos como A Paz, Amazonas, Bananeira e A Rã falou abertamente comigo sobre composições, Londres e João Gilberto.

Circula entre os músicos brasileiros uma história. Alguém teria perguntado ao outro João, o João Gilberto, o que ele achava do João Donato. Segundo contam, o João Gilberto teria respondido: "O Donato? Muito louco...".

O que você acha disso?
João Donato - (Rindo). Eu acho legal. Se ele acha que eu sou maluco, é um elogio. Vindo dele, é a melhor coisa que eu poderia ouvir.

Por quê? Você o admira?
JD - Muito. É uma das pessoas mais bonitas que eu conheço. É muito agradável ouvir um comentário desses. "Ele é maluco". Isso é o que eu ouço a respeito de pessoas geniais, como Einstein. As mulheres também. Algumas são doidas e igualmente maravilhosas.

Você diria que tem muito da música do outro João na sua?
JD - Como assim?

A pergunta é meio óbvia. Com certeza existe muito da sua música na música de João Gilberto e vice-versa. Afinal, os dois são pioneiros da bossa nova.
JD - Sim, nós compartilhamos meio-a-meio a nossa própria originalidade (risos). Como eu gosto de fazer com todo mundo. Metade da minha felicidade pertence a você. Metade da minha tristeza pertence a você também.

Londres tem um significado especial para você?
JD - É a minha segunda visita a Londres. A primeira foi há 40 anos, com Astrud Gilberto, a Garota de Ipanema. Nós tocamos, Paul McCartney estava lá ouvindo. Nos conhecemos, conheci sua namorada na época. Agora, vim com Marcos (Valle) e Wanda (Sá), o que também é ótima companhia. Me sinto tão bem como da última vez. Até melhor. Eu mudei, Londres deve ter mudado junto comigo. Estou encantado com o estilo de vida londrino. O estilo britanico de vida. É muito confortável, silencioso. É como me sinto. Algumas cidades te dão... (procurando a palavra)

Paz?
JD - Paz. A atmosfera de Londres é deliciosa, não importa o tempo que esteja fazendo.

(Cantando) "A paz invadiu o meu coração..." A paz de Londres invade seu coração?
JD - (Rindo) Sim. Eu acho que é o melhor sentimento do mundo. Me sinto bem aqui.

Você está compondo?
JD - Eu componho 24 horas por dia. Os japoneses brincam comigo dizendo que sou um compositor aberto 24 horas por dia. Quando estou acordado, penso o tempo todo em música. Mesmo quando falo neste microfone com você. Às vezes decido que está na hora de escrever, ao invés de só pensar. Então escrevo as músicas para não esquecer. Como alguém que escreve uma carta para um amigo. Quanto mais feliz e em paz me sinto, mais bonita é a música que ouço dentro de mim.

Sabe que gravei duas músicas suas? A Rã e Bananeira
JD - É mesmo? São duas das minhas favoritas.

Os músicos de jazz por aqui amam suas harmonias e melodias. Eu adoro a forma como a harmonia vai mudando embaixo da melodia em A Rã.
JD - Eu tento não interferir na voz da música. Ela tem sua própria maneira de viajar. Simplesmente desfruto do que estou ouvindo. Se algo me agrada, penso que aquilo deve estar agradando também a outras pessoas.

Você é conhecido por suas respostas lacônicas, do tipo "sim" e "não", quando é entrevistado. Por quê?
JD - Eu era assim. Talvez porque não tivesse certeza do que estava pensando, ou não soubesse do que gostava ou não gostava. Respondia sim e não, sem explicar o porquê. Hoje tenho mais clareza do que quero de você, das pessoas, de mim, da vida.

Será que isso se chama maturidade?
JD - Acho que sim. Posso dizer que cresci e amadureci um pouco. Às vezes você não alcança maturidade com os anos, você amadurece com o seu desenvolvimento espiritual. Algumas crianças são muito maduras.

(Entrevista interrompida. É hora de passarmos o som antes do espetáculo.)

* Mônica Vasconcelos tem cinco discos gravados na Grã-Bretanha e é jornalista da BBC Brasil em Londres.