Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

A VOLTA DE DONALD FAGEN

09 março 2006

Desde 1977, no lançamento do antológico álbum “Aja” – há um solo bárbaro de Wayne Shorter -, o grupo Steely Dan (leia-se Donald Fagen e Walter Becker) tornou-se o mais criativo e jazzístico na história da música pop norte-americana. O próprio Miles Davis teria reconhecido que Fagen & Becker estavam anos-luz à frente dos demais. Os dois, aliás, sempre foram ligados ao jazz. Entre outras aventuras, produziram em 1978 um excelente disco com os saxofonistas Pete Christlieb e Warne Marsh (Apogee), relançado em 2004. Ao mesmo tempo, Donald Fagen fez sozinho dois CDs também históricos. O primeiro, The Nightfly (1982), até entrou na lista da ilha deserta de um ex-integrante do CJUB . O segundo, Kamikiriad(1993), é outro exemplo de originalidade, com tempero jazzístico da maior qualidade. No próximo dia 14, a Reprise/Wea fará o “street date” do terceiro álbum-solo (13 anos depois), Morph The Cat. O fato ganhou repercussão entre os músicos americanos, já que Fagen é bastante criterioso na escolha da banda, sempre de primeiríssimo time. Graças a um amigo canadense, consegui o CD antes da sua edição oficial – em época de rock primário, via Stones, é um lançamento que merece toda a atenção.
A primeira constatação vem com a qualidade da gravação – outra fixação de Fagen. O CD já foi lançado em 5.1 surround. Os arranjos de metais, de extremo bom-gosto, têm em destaque o trompetista Michael Leonhart, filho do competente baixista Jay Leonhart. Fagen assina todos os temas, arranjos de base e teclados, como de hábito. A faixa de abertura, que leva o título do CD, traz o ótimo saxofonista Chris Potter. O estilo em melodias intrincadas e harmonias menos usuais se mantém como característica inconfundível. H-Gang talvez seja o tema a puxar o CD nas rádios. Fagen chamou alguns guitarristas categorizados, como Hugh McRacken, Wayne Krantz e Jon Herington, além do baixista Freddie Washington. O back vocal, tendo à frente Carolyn Leonhart, irmã de Michael, é outro ponto alto no CD. Os demais temas mantém a esperada criatividade de Fagen e suas letras irônicas, inteligentes. Até a reprise condensada da faixa-título. Classificar Morph The Cat como um álbum de jazz seria exagero. Há, no entanto, essa intenção clara. Assim como nos CDs anteriores, são necessárias várias audições para uma análise mais segura. Mas a qualidade musical é facilmente identificada, principalmente aos ouvidos voltados para o jazz. Pelo gênero, o CD é imperdível. Donald Fagen é um dos músicos da linha pop-rock-jazz mais importantes da música norte-americana.

Donald Fagen - Jan 10, 1948 in Passaic, NJ
1982 - The Nightfly (Warner - Grand Prix Du Disc de Montreux, 7 nominações ao Grammy))
1993 - Kamakiriad (Reprise)
2006 - Morph The Cat (Reprise/ Wea)
2000 - Two Against Nature-Steely Dan (Wea - 4 Grammies, álbum do ano)

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