Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

FESTIVAL DE JAZZ DE LAPATAIA - 11a. EDIÇÃO - 1a. parte

12 janeiro 2006

Em novembro de 2004, quando o Sazz, o BeneX e eu estivemos no Tim Festival em Sao Paulo, encontrei com um amigo, Pedro Wahmann, amante do jazz como nós, que, num dos intervalos me perguntou: "E aí, vão a Punta del Este para o Lapataia em janeiro"? Diante da nossa negativa, ele disse: "Taí uma coisa que eu não entendo, como é que uma turma de malucos por jazz como vocês do CJUB deixam passar uma chance dessas. Não podem perder...!".

Esse comentário ficou martelando na minha cabeça até que no final de 2005, depois de acompanhar o site da fábrica de doce de leite por quase 11 meses, foi publicada finalmente a programação. Cedar Walton, Manuel Rocheman, Gary Bartz, Al Foster, George Mraz, Lewis Nash, Delfyo Marsalis e um trumpet summit, entre outras atrações, me fizeram decidir de imediato. E o Pedro, como um perfeito e competente advisor, ainda fez-me chegar às mãos - através da minha filha, com quem se encontrou num casamento, no fim de semana - a página impressa do site com o lineup completo. Uma ligação para ele na segunda feira seguinte e selamos nosso compromisso de estar juntos no Lapataia.

Assim, como ponta-de-lanca do time CJUBiano em Punta del Este, neste último fim de semana tive a oportunidade de confirmar tudo o que se diz sobre esse Festival, que, no seu 11o. ano de vida, continua recebendo jazzmen do primeiro time para atuar em seu palco, em tão inusitada quanto magnífica ambientação em meio a um pasto, com um belo bosque de eucaliptos ao fundo e um cercado bem atrás do palco onde várias vaquinhas pastam ouvindo ótima música.

O proprietário de tudo, o adorador de jazz e principal responsável pela realização dessas reuniões fantásticas que conjugam o estilo musical, a natureza, e o homem, que ali se insere para esse desfrute genial, Francisco Yobino, deu-se ao trabalho de mandar construir em seu pasto um anfiteatro com 750 "cadeiras" pré-moldadas em concreto, o que nos permite afirmar que o Festival de Lapataia está lá para ficar, por muitos anos mais. A estrutura do Tambo El Sosiego, a fazenda que contém o palco sazonal, mais um restaurante e uma lanchonete sempre abertos, além das instalações de produção, é simples e eficiente e as coisas são facilitadas ao extremo. "Zero-stress" é a tônica. As entradas são de papel, não há seguranças com rádios, os lugares NÃO são numerados e quem chega antes escolhe onde quer sentar. Com uma grande quantidade de crianças e várias pessoas idosas presentes às audições, todos convivem numa placidez que talvez possa ser atribuída ao cheiro de terra e capim. Ninguém fala alto, não há ninguém produzido para ser visto, enfim, as pessoas estão ali para ouvir jazz.

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