Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

MESTRE LUIZ ORLANDO CARNEIRO - JB DE HOJE

08 dezembro 2005

Para não perder o hábito e manter aqui alguns de seus sempre sábios escritos, copio integralmente o artigo do nosso Mestre-CJUBiano-Remoto, Luiz Orlando Carneiro, no Jornal do Brasil de hoje, pois o assunto é do interesse de todos.

"Dave Holland no Olimpo"

"Os resultados da eleição dos melhores do ano por críticos e leitores da Down Beat são publicados, respectivamente, nas edições de agosto e de dezembro da ainda mais influente revista de jazz. A crítica toma como base a produção fonográfica dos músicos, pequenos conjuntos e orquestras da metade do ano anterior até o quinto mês do corrente; o ''leitorado'' tem quatro meses a mais para apreciar os feitos dos jazzmen no ano em curso. Mas os diletantes acabam por referendar, em grande parte, as escolhas dos especialistas. E foi o que ocorreu mais uma vez, neste 2005, com o eleitorado da DB.

Nas categorias mais significativas, foram confirmadas as preferências dos experts. Dave Holland foi, de novo, tríplice coroado (artista do ano, melhor big band e baixo acústico); Maria Schneider colheu 249 votos, 44 a mais do que Wayne Shorter, na categoria dos compositores, e o sublime CD de sua lavra, Concert in the garden (Artistshare), recebeu também merecida consagração: 213 votos contra 106 conferidos a The way up, do Pat Metheny Group, e 103 a Beyond the sound barrier, do quarteto de Wayne Shorter.

Foram igualmente proclamados melhores do ano, tanto pelos jurados profissionais como pelos amadores, Keith Jarrett (piano e pequeno conjunto), Joe Lovano (sax tenor), Dave Douglas (trompete), Steve Turre (trombone), Wayne Shorter (sax soprano), James Carter (sax barítono) e Don Byron (clarinete).

A categoria especial Hall of Fame, criada pela revista em 1952, para canonizar os chamados gigantes ou imortais do jazz, vale um comentário à parte. Até 1960, votavam somente os leitores. Os primeiros distinguidos com a honraria foram, pela ordem, Louis Armstrong, Glenn Miller, Stan Kenton, Charlie Parker, Duke Ellington, Benny Goodman, Count Basie, Lester Young e Dizzy Gillespie. Destes, Miller, Parker e Young tornaram-se "imortais" para os leitores da DB depois de mortos.

Nos últimos dez anos, foram admitidos no Hall of Fame (sempre um pelos amadores e outro pelos especialistas) 12 grandes músicos que haviam sido esquecidos (Nat "King"' Cole, por exemplo, falecido em 1965) ou que morreram no período da coleta de votos (como John Lewis, em 2001). Oito foram levados ao Olimpo em plena atividade, como Wayne Shorter, agraciado pelos críticos em 2003, e McCoy Tyner, laureado pelos leitores no ano passado.

Neste ano, os aficcionados introduziram no cobiçado Hall of Fame o notável e heterodoxo pianista Herbie Hancock, enquanto os experts preferiram homenagear o também extraordinário saxofonista soprano Steve Lacy, que a morte levou, em 2004, antes dos 70 anos.

Não se pode discutir a excelência e a importância da obra desses dois músicos na história do jazz. Contudo, vale a pena notar e anotar que, se o pianista Keith Jarrett (que obteve 307 votos, 47 a menos que Hancock) chegou merecidamente às portas do Hall of Fame da DB, há outros jazzmen, vivos ou mortos, que já deveriam lá estar há muito tempo. É o caso do saxofonista Lee Konitz, 78 anos, um dos founding fathers do cool jazz, que foi o quinto colocado, este ano, na escolha dos leitores (131 votos). E também do genial Erroll Garner (1923-1977), até hoje não "imortalizado" nem pela crítica especializada nem pelo "leitorado" da DB."

Talvez fosse interesante se alguém pudesse encontrar e publicar aqui a integral composição do Hall of Fame da Down Beat. Quem se habilita?

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