Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

O JAZZ TRADICIONAL DO SANTA ROSA

28 setembro 2005

Atendendo à gentil convocação do Armando de Aguinaga, estive na última segunda-feira em seu restaurante e bar, o Santa Rosa, para conferir a programação jazzística que rola todas as segundas feiras. Atraiu-me, sobremodo, a possibilidade de ver tocar a músicos da velha guarda, de quem ouvia falar sempre mas que ainda não tivera a oportunidade de escutar pessoalmente, tais como os saxofonistas-tenores Aurino Ferreira (um dos favoritos do Mestre Raf) e Macaé, que lá se apresentam. E que, junto ao falecido Juarez, formavam no passado uma imbatível tríade de tenoristas na cena musical carioca. Infelizmente, por motivos particulares, fiquei bem menos tempo do que gostaria.

O grupo, liderado pelo tecladista Paulo Sá (que durante anos e obstinadamente manteve a banda tocando em seu ex-restaurante no Centro), traz José Santa-Roza no contrabaixo e o baterista Fernando Pereira completando a seção rítmica; além dos dois tenores mencionados, conta com participações especiais do trombonista (amador, porém de boas idéias) Fritz Meyer, do trompetista Alex Andrade (ainda firme e criativo aos oitenta e alguns) e mais alguns outros músicos que por lá aparecem para tocar com os amigos.

Fiquei, de fato, entusiasmado com a vitalidade e "saúde" do veterano Aurino, que aos 68 anos, sopra como se um rapazola fosse. Com preferência pessoal pelas baladas, sua interpretação de "Moonlight in Vermont", logo na abertura dos trabalhos, demonstrou que ali estava um senhor saxofonista. Com sua emissão limpa e fluida a serviço de boas idéias, fez a casa pequena e aconchegante desmanchar-se em aplausos à sua atuação.

Macaé, com o solo principal no tema seguinte, mostrou sua inclinação para o "hard-bop", em levada mais ousada. Com uma experiência notável, fruto de longos anos no métier, seu sopro é claro e firme, cheio de vitalidade e entusiasmo, mas andou se encrencando ao final de intrincado solo mas recuperou-se bem, terminando sob os aplausos dos presentes. É um músico cujo dinamismo se reflete nos demais, empurrando o todo à frente com seu vigor. Não foi poupado, porém, da gozação do eterno "cafajeste" Mariozinho de Oliveira, pelo seu arroubo juvenil. Também na platéia, Estevão Hermann sancionava a qualidade do jazz ali mostrado.

De modo geral, o repertório pretendido é composto de "standards", baladas em sua maioria e inclui ainda antigos sucessos do "ragtime", o que costuma agradar bastante aos assistentes.

Ainda a notar, uma pequena participação do gaitista holandês e discípulo de Toots Thielemans, Tim "Harmony" Wervaars - um solista inveterado, que com sua harmônica, vive em busca de ótimos coadjuvantes para embasar sua arte - que apresentou-se num único tema, recebendo bom reconhecimento dos presentes. Mas que em seguida retirou-se, pois tinha outros compromissos a cumprir com sua gaita.

De modo geral, é um bom programa, e tende a ser mais freqüentado, principalmente por aqueles que apreciam as vertentes menos "hard" do jazz. A casa está bem montada, os donos estão ao sempre ao alcance dos clientes e parecem preocupar-se com o bem estar destes. O projeto jazzístico e a acústica são bons e vão, a meu ver, ganhar adeptos além dos já "regulars".

Vale uma visita mais demorada.

Serviço:
Santa Rosa
Rua Paul Redfern, 41 - Ipanema
Tel. para reservas (recomendável, a casa é pequena): 2512.2640

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