Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

A ESCÓCIA, COMO VISTA DE SANTA TERESA - final

21 junho 2005

Chegamos, enfim, à obra prima de Mr. Colin, o uísque de bela cor dourada chamado Chivas Eighteen Signature pois cada garrafa vem com a assinatura de seu criador. Esse dezoito foi degustado com nossas bocas repletas da mistura inusitada das passas com chocolate, e confesso que, de um completo ignorante no assunto, saí da experiência disposto a deixar de afirmar que “só gosto de uísque de 8 anos” para tentar, da próxima vez que escolher um, arriscar-me a perceber as riquezas e sutilezas dos espíritos de idades mais avançadas. Afinal, Mr. Scott me informou que além da mistura desses quatro principais, sua fórmula contém cerca de 30 outros uísques, sendo esse seu segredo particular e marca registrada. É, finalmente, um "cachorro engarrafado" com um tal pedigree que não dá para nenhum bebedor sério lhe botar defeito.

Ao final da apreciação horizontal, Mr. Colin foi aplaudido com grande entusiasmo pelos presentes, não apenas por sua arte mas pelas agradáveis sensações que nos fez experimentar. Notem que eu classificaria em no máximo quinze por cento, o efeito alcoólico causado na platéia pela ingestão das quantidades oferecidas até ali, para que fosse determinante em gerar tantos aplausos. A apresentação foi, sob todos os aspectos, sensacional. E todos os que ali estavam são, agora, conhecedores de pelo menos alguns dos mistérios da fabricação de um uísque especial, ouvidos diretamente de seu criador.

O anfitrião, em seguida, voltou ao microfone e chamou ao pequeno palco a elegante e bonita cantora e atriz Thalma de Freitas, dona de bela voz, que apresentou números de músicas brasileiras acompanhada ao piano por seu pai, Laércio de Freitas. Só não cantou, infelizmente, o "Samba do Avião", música que tem como tema exatamente a vista da cidade e que deveria, na minha modesta opinião, ser adotada como o hino desta, tão logo libertada do jugo imbecil a que está submetida. Mas isso é apenas um pensamento positivo.

Findo o set musical, foi servido o jantar, seguido de belíssimos "puros" para quem não se interessou pelos doces e queijos da sobremesa, como foi meu caso. Pude então, trocar definitivamente o honestíssimo espumante lá servido, pelo destaque daquela noite, o Chivas 18. A título de informação, vale mencionar que o bom sparkling da Almadén (marca tão tradicional quanto presa à fama negativa do passado, mas que, agora detida pela Pernod-Ricard, se pretende recuperar, com produtos de qualidade) será lançado em breve no mercado, e segundo o apurado, com um ótimo custo-benefício. Espero não estar

Embora, como disse antes, os uísques acima de 8 anos não estejam entre meus favoritos, confesso que a combinação Chivas-habanos foi muito prazerosa.
Aberta a pista de dança, um dos primeiros pares foram Thalma e Mr. Colin, animadíssimo este, a tentar dançar desajeitadamente um ritmo mais para o samba do que para uma marcha escocesa. Rapidamente, diante do entusiasmo do Master Blender - que como me disse estava muito feliz por estar no Rio, pois a apresentação na noite anterior, para 400 pessoas em São Paulo, tinha sido “boring” - inúmeros casais seguiram-lhe o exemplo e dançou-se animadamente por um bom tempo.

Eu já estava começando a ouvir, ao longe, alguns dos primeiros gaiteiros. Olhando na direção do Pão de Açúcar, achei ter visto algumas brumas. Decidi que era hora de voltar para o “meu castelo” (d’après Lou Rawls em “See You When I Git There”), situado no longínqüo condado de Itanhangashire. Pedi que me chamassem uma diligência.

Esteve tudo muito próximo da perfeição: a bela casa, a indescritível vista, a elegância discreta dos presentes, o competente serviço sob todos os angulos e, mais do que tudo, a maneira genuínamente calorosa e gentil de receber do Sr. e da Sra. Taddonio.

Um único senão: para que aquele lugar se transformasse, naquela bela noite, na filial carioca do paraíso celestial, era fundamental que lá houvesse, e então eu poderia descansar em paz, jazz.

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