Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

DIANE IS HER NAME - @@@1/2

17 junho 2005

Em 1955, Julie London (26/09/1926, Santa Rosa, CA / 18/10/2000, Los Angeles, CA) lança o seu primeiro álbum. Dois detalhes chamam a atenção. Na capa, a mulher sexy, decote ousado para a época. A segunda ousadia fica por conta do acompanhamento musical, entregue apenas a Barney Kessel, guitarra, e Ray Leatherwood, contrabaixo, uma produção aparentemente modesta e sem pretensão. Engano. “Cry Me A River” (Arthur Hamilton), a faixa inicial, é um enorme sucesso. E o intimismo do disco, marcado pela levada elegante de Kessel, atravessa o continente para influenciar os mentores da Bossa-Nova. Quase meio século após o fato se repete, com novos ingredientes, via Diane Nalini, uma cantora canadense em seu CD de estréia.
Se a capa não ousa, ali está a mesma cozinha: somente guitarra e contrabaixo. O tempero diferente vem do repertório, com alguns temas da música brasileira e francesa. A coincidência é que After Duskjá aparece como um dos mais vendidos no gênero. Pelo menos no Canadá. Comenta a Elle Magazine:”She was born in Montreal, and is of Belgian and Goan descent.
She captures jazz at its most sophisticated and joyous level".

Mike Rud (guitarra) e Dave Watts (contrabaixo), embora desconhecidos, são músicos de primeiro time. Essa constatação é nítida no tema de abertura, um clássico sinatriano, “Stars Fell On Alabama” (Parish/Perkins). Os dois balançam do inicio ao fim, enquanto Diane exibe um timbre de voz suave, tal como Julie. O resultado é, sem dúvida, muito agradável. “My Funny Valentine” (Rodgers/Hart), onipresente, ganha uma versão criativa, mas morna. Os temas em francês mostram que Diane domina o idioma. “Quand Elle Rit Aux Éclats” (Klein/Lauzin/Prestigiacomo), “La Mer” (Trenet) e “La Maison Sous Les Arbres”(Becaud/Delanoé) recebem uma cobertura jazzística perfeita.
O mesmo não ocorre com “Carolina” (Chico Buarque). Além da pronúncia complicada, o clima de Bossa-Nova é frouxo. “After Dusk” e “Portrait On The Wall” são temas assinados pela própria Diane e em nada desmerecem o CD. Assim como os clássicos de Cole Porter, “Everytime We Say Goodbye” e de Gershwin, “How Long Has This Been Going On”.
After Dusk” é, no mínimo, um CD interessante. Como estréia, Diane Nalini opta pelo caminho inesquecível traçado por Julie London, tendo ao lado apenas uma guitarra e um contrabaixo. As notícias do Canadá, porém, já adiantam que a estratégia deu certo -“4 months on The Ray’s Jazz Shop Top 10 Bestseller List, as published in Jazzwise magazine”.

Nenhum comentário: