Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

XIX CHIVAS LOUNGE - LEGRAND PAR IDRISS - IDRISS BOUDRIOUA QUINTETO, 28/04/2005, MISTURA FINA - UMA NOITE DE EMOÇÕES - @@@@

10 maio 2005

Neste último final de semana, terminei minha pesquisa sobre todos os 21 concertos da série Chivas Lounge, produzida pelo CJUB ao longo destes últimos dois anos. Fiz o levantamento das datas, nomes, locais, músicos homenageados, etc, e pretendo, em breve, publicar aqui no blog, a lista completa dos concertos, contendo todos os detalhes e curiosidades.

O grande barato deste trabalho foi a lembrança de cada noite, do contato com os músicos e com os presentes, dos novos amigos feitos e do reencontro com aqueles que há muito não víamos. Fiquei perguntando qual momento eu destacaria; qual deles guardaria com maior emoção. Tarefa difícil ... Foram tantos!

Gosto muito de lembrar do primeiro concerto, por tudo que ele representou e por ter sido, afinal, um dos melhores, em minha opinião. Outra grande lembrança foi a homenagem que o Sazz fez a mim, ao pedir que sua irmã, nossa musa Wanda Sá, cantasse Água de Beber na canja que ela deu no CJL IV.

E o Jazz Panorama ? O CJL VII foi inesquecível, tanto pelo concerto, em si (que acabou ganhando o prêmio CJUB de melhor concerto de jazz em 2003), como pela homenagem, a última, diga-se de passagem, ao saudoso Jorginho Guinle. Outro momento de inesquecível memória foi a criação do próprio Prêmio CJUB, o qual, este ano em sua segunda edição, contou com um momento de raríssima emoção: a reunião no mesmo palco de Luiz Orlando Carneiro, Arlindo Coutinho, Luiz Carlos Antunes (Lula) e José Domingos Raffaelli. Inesquecível também foi o concerto do Brazilian Jazz Trio, em janeiro do ano passado, que abalou todas as estruturas do Mistura.

Sem dúvida, grandes momentos ... Mas houve um, em especial, que guardo com particular emoção. Foi no Tributo a Charlie Parker (CJL VI), produzido pelo inigualável Fraguinha, quando tive o prazer de assistir ao ensaio num estúdio de Botafogo, que pude ver como “nasce” um concerto e como surgem as grandes idéias, os solos, as variações ... Para mim, o CJL VI foi o melhor de todos os espetáculos que produzimos. Grande repertório, grandes músicos e um clima perfeito.

Pude também conhecer melhor um músico que é a cara do CJUB: Idriss Boudrioua. O cara é fera, toca muito. É um tremendo gente boa e, acima de tudo, é a emoção em pessoa. Tocou nos CJL I, CJL VI, CJL XV e CJL XIX. Ganhou o prêmio de músico CJUB em 2003 e foi o artista que mais recebeu votos nas duas edições do prêmio.

Na última edição do CJL (XIX), Legrand Par Idriss, seu quinteto
Idriss Boudrioua
Alex Carvalho
Alberto Chimelli
Alex Rocha
Xande Figueiredo
transformou todos os presentes em apaixonados ouvintes, transbordando de emoção o lotado Mistura Fina. O Bene-X até que me pediu uma resenha sobre o concerto. Mas quem sou para me aventurar por um caminho tão bem trilhado pelo próprio e pelo Mestre Raffaelli.

Limito-me apenas a contar uma historinha ilustrativa deste concerto.

Como de costume, eu estava na mesa defronte o palco, filmando tudo, cada detalhe, cada movimento. Um rapaz, em uma mesa ao lado, durante um lindo e emocionante solo do Idriss, saca seu telefone celular e faz uma ligação. Fiquei pasmo, imaginando como aquele "insensível" iria telefonar no meio da música ! O rapaz não disse nada. Ao perceber que sua ligação tinha sido atendida ele estendeu o celular em direção ao palco e ficou assim por uns três minutos. Ao desligar, ele percebeu que eu estava olhando e me retribuiu com um tímido sorriso. No intervalo, no meio de todo o burburinho que antecede nossos sorteios, ele me abordou e disse: “Eu só estava compartilhando aquele momento com uma mulher que eu amo muito e não pôde estar aqui comigo”. Aí sim, que, com um tímido sorriso, concordei com seu ato. Aquela noite realmente merecia gestos como esse ...


Idriss Boudrioua Quinteto

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