Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

UOL, OU A DESINFORMAÇÃO

02 abril 2005

Minha página principal é a UOL, de quem sou assinante. Mas vou rever essa preferência pelo mal – pior, a desinformação - que o site presta à música brasileira. Via Ziriguidum (uol fotoblog...) - o mesmo daquela matéria enganosa sobre a Ithamara Koorax na Down Beat - um tal Beto Feitosa é quase porta-voz oficial das nossas maiores gravadoras, hoje interessadas em promover o que há de mais medíocre. Consegue adiantar que o novo CD da insuportável Maria Bethânia, em homenagem a Vinícius de Moraes, será o “disco do ano”. Ainda promove com entusiasmo um "show" da Simone (Baiana da Gema), grande brincadeira de mau gosto. E, para completar, através de seu editor musical, Antonio Farinaci, estampa Tom Zé em seu último CD como um resgate da vanguarda da música paulistana - tem a enfeitada Zelia Duncan como aliada no Rio.
Tom Zé, ao lado de alguns oportunistas como Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção, músicos de ocasião e primários, não podem representar o que há de melhor na música paulistana. Uma enorme injustiça aos craques maravilhosos que lá existem. Feitosa define TZ como uma "inteligência anárquica", eufemismo plástico de enganador. E diz mais:"Já reparou que a vanguarda sempre vem de São Paulo? Desde a Tropicália, passando pela Lira Paulistana até hoje. Parece que a grande cidade tem um carinho maior com quem é diferente e inova".
Miele entrevistando Tom Zé. Vem a pergunta básica: “Quando percebeu que seria um músico profissional?” Resposta:”Eu nem tinha idéia. Não sabia nada ( e ainda não sabe) de música..."Miele, claro, sem graça, encerrou o papo. E agora o tal CD. Vejam a pérola dita por Tom Zé:”O pagode e a mulher têm em comum o fato de serem dois excluídos, e eles vêm reivindicar seus direitos nessa opereta. Tanto o gênero musical quanto as mulheres são segregados. Um, culturalmente, as outras política e sexualmente”.
O que irrita é que a internet dá espaço a bajuladores comprometidos e imbecis de plantão que acham – e devem ter certeza – que estão lidando sempre com idiotas.
Ao lado de Miles Davis, nosso Hermeto disse aos americanos:"Para mim, o pai da música é a harmonia; a mãe, o ritmo". Pela mesma ótica, essa pseudo vanguarda paulistana está irremediavelmente órfã.

PS. Tom Zé nem faz a diferença entre o pagode original e o pagode paulistano (Negritude Jr. e aberrações do gênero).
PS II. Sobre Arrigo e Itamar (recentemente falecido), falo com total conhecimento de causa. Os dois sairam de Londrina e se incorporaram ao "underground" paulistano, aliás pródigo em acolher supostos "gênios".
PS III. Enquanto isso, Zé Luiz Mazziotti, um dos maiores cantores criados em São Paulo - que o diga Raffaelli - não conseguiu até hoje lançar oficialmente o seu lindo CD em homenagem ao Chico Buarque, aliás com um tempêro jazzístico raro e valorização dos músicos participantes.
PS IV. Mil perdões adiantados. Afinal, o assunto musical do blog é jazz. Mas estava indignado com tantos absurdos.

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