Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

A NOITE DE ONTEM NO MISTURA, COM O DAVID FELDMAN TRIO

01 abril 2005

Como de hábito, vou deixar os comentários sobre a parte técnica para os cognoscenti. Só vou falar aqui da emoção que permeou a noite de ontem no Mistura, na apresentação do David Feldman Trio.

David e seus dois companheiros, Jorge Hélder e Rafael Barata, conseguiram produzir e entregar à numerosa e eclética platéia presente, um milagroso remédio em forma de música, panacéia que considero, seria capaz de curar grande parte dos males de que a humanidade vem padecendo.

Ouviu-se, sob a forma dos acordes do piano de Feldman, das cordas do baixo de Hélder e pela pontuação delicada e precisa de Barata, uma saraivada de benesses: generosidade, simpatia, entrega, doação, alegria e amor, só coisas muito boas, enfim, saídas da vasta cornucópia de idéias instigadas pelo e instigadoras do bem. Foi uma verdadeira recauchutagem de valores positivos a encherem nossas cabeças tão atingidas pelas más notícias diárias, não só do Brasil mas do mundo todo.

Quem estava ali pode provar um gostinho do Paraíso, musicalmente falando. Poucas vezes uma platéia se deixou conduzir com tanta facilidade e felicidade pelos caminhos do esplendoroso parque que o Trio escolheu para levar-nos a passeio. Fato talvez explicado pela boa familiaridade do público com os temas que Feldman pesquisou e selecionou para mostrar seu trabalho - em sua maior parte de compositores brasileiros de extenso valor musical, depurados por anos de execuções diferentes nos tempos do Beco (e nos discos que registraram o movimento ali desenvolvido) -, o fato é que todos puderam acompanhar e perceber, e diga-se de passagem, com visível interesse, as ricas nuances dos improvisos jazzísticos apresentados com maestria por Feldman, Hélder e Barata.

Com a venerável presença na platéia do "dream-team" dos críticos de jazz do país, além de diversos dos mais empedernidos, veteranos e exigentes jazzófilos do Rio de Janeiro (faltaram vocês, Jo Flavio, Pedro e Felipe) os sorrisos de satisfação e contentamento presentes às faces de todos, deram-nos o tom das "curas" ali propiciadas pelo Doutor David e seus assistentes.

Se fossem Pajés, teriam feito chover. Como músicos, fizeram-nos sorrir. E como dizem que rir é melhor remédio, saímos de lá plenamente recuperados e leves e alegres, prontos para vários anos de vida a mais.

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