Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

(Saborosas) Memórias da CJL XIII

30 julho 2004

Ontem, no Mistura Fina, o jazz rolou solto. Casa cheia, platéia ansiosa para relembrar dos bons "momentos Dexter", que todos que já o ouviram mantém de alguma maneira guardados na memória, e muito, mas muito profissionalismo por parte da banda.

Daniel Garcia, o líder, demonstrou a todos que, quando há envolvimento e interesse, músicos nacionais podem se equiparar a certas atrações internacionais que são trazidas ao Rio ou a São Paulo e que, eventualmente, lotam casas noturnas pelo simples fato de serem "de fora", sem que seu desempenho necessariamente mereça tal prestígio.

Tendo efetuado dois grandes ensaios específicos para o concerto de ontem, Garcia e banda subiram ao palco decididos a não deixar pedra sobre pedra. Assim foi. E a platéia, salpicada de assíduos fãs do que há de melhor no jazz instrumental que se toca no Rio de Janeiro - aqueles que vão em busca do que realmente faz diferença -retribuiu com o calor de suas exclamações e aplausos à afiada performance do quinteto.

Os temas se sucediam e a atenção do público se fixava, reverentemente, nas atuações dos profissionais que, ali, estavam dando seu melhor esforço para não perdê-la. Ontem, a noite transcorreu toda nesse clima caloroso, de parte à parte.

Uma platéia qualificada, como a que temos levado ao Mistura Fina, é coisa bem distinta daquela que vai ao barzinho da esquina tomar um chopp enquanto dois ou três sujeitos "tocam um jazzinho". Atuar para ela requer estar preparado. Felizmente, temos conseguido atingir nossa meta de levar um belo jazz a quem se importa e se interessa por isso. Até temos de nos policiar para não soar grosseiros quando pedimos silêncio a alguns circunstantes menos "engajados", tão ávidos ficamos para aproveitar cada passagem em toda a sua plenitude.

Bons amigos que foram pela primeira vez, soaram unânimes ao elogiar o nível do jazz apresentado, sem que tais afirmações possam ser levadas só na conta de comentários "de amigo". Detalho:

Um deles declarou-se emocionado pelo fato por ter-lhe sido possível relembrar com saudade dos tempos em que, já economista, cursava seu mestrado na gélida Chicago, devorando (e sendo devorado por) livros cabeludérrimos de manhã à noite. Contou mais que, cansado, ele e colegas só relaxavam à noitinha e que seu programa favorito para isso era exatamente ir para um bar de jazz e deliciarem-se com aquelas maravilhas que a noite jazzística de Chicago lhes provia. Essa mera comparação muito nos orgulhou.

Outra pessoa, récem-chegada de Roma, disse que o que mais vinha querendo ultimamente era ouvir um bom jazz, de alto nível. E, bastante empolgada, declarou-me que o havia encontrado ali, ontem. Passou-me seu email, pedindo para que não esquecêssemos de convocá-la para a produção seguinte. Ficou registrado e assim será.

Uma terceira e uma quarta me fizeram sorrir ao final, pois enquanto uma desejava transportar aquele "pacote" musical completo, sem mexer em nada, para sua própria casa, a outra sondava a possibilidade de levá-lo para Belo Horizonte, onde mora, de forma a fazer os amigos acreditarem no que irá relatar lá chegando. E por sua empolgação, que belo relato será.

Tais depoimentos, mesmo descontada a simpatia implícita, são boa recompensa, pois poder apreciar todas as especiarias descritas no título do CJUB ainda dividindo-as com amigos que as apreciam igualmente, não tem preço.

Então, nosso agradecimento aqui, aos músicos pelo seu empenho em brindar-nos com o seu melhor. E à presença de platéia tão interessada.

Aguardemos, pois, a resenha técnica, já adiantando que no mês de agosto teremos uma atração internacional, o trio New York Jazz, complementado por três outros excelentes músicos paulistas, num concerto desta vez mais voltado para o "traditional jazz". Voltem para mais detalhes em breve.

Abração.

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