Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

LANÇAMENTOS 2004 E INJUSTIÇA

01 abril 2004

Pelo visto, 2004 promete um belo ano em termos de lançamentos jazzísticos, após um muito fraco 2003 sem grandes novidades e afins.
Assim para começar, resolvi entre muitos (Brad Mehldau e Dave Douglas por exemplo, bem recomendados com @@@@1/2 e @@@@@ respectivamente ), comentar 2 lançamentos específicos, sendo o primeiro a estréia do Wynton Marsalis na Blue Note, depois de muito tempo de Columbia, e 5 anos após seu ultimo CD de quarteto, onde segundo o nosso BeneX, não se sente muito a vontade...
Seu novo trabalho chama se "The Magic Hour" produzido pelo seu irmão caçula Delfeayo e vem acompanhado por Eric Lewis ( piano ) , Carlos Henriquez ( baixo ) e Ali Jackson ( bateria ), apresentando ainda nos vocais Dianne Reeves na faixa de abertura "Feeling of Jazz" e Bobby McFerrin também co-autor de "Baby I Love You".
Trata se do CD mais vendido nos EUA e também o mais criticado pelos especialistas, que, para dizer o mínimo, o classificaram como "Disapointed Return" e não tendo mais do que @@ e @@1/2; ou seja, avaliado como fraco e regular, tanto para a Down Beat (onde inclusive é capa), como para a All Music Guide.
Aí entro considerando além de uma grande injustiça, a falta de respeito e o eterno patrulhamento da critica especializada; é um dos mais premiados músicos de jazz de toda a história, tendo sido o 1o. a ganhar o "Pulitzer Prize For Music", 9 Grammys, o
Grand Prix Du Disque, é Membro Honorário da Royal Academy of Music, líder e organizador de turnes anuais da Lincoln Center Orchestra, fora outras condecorações além-musica, como por exemplo, "Messenger of Peace" da ONU, indicado pelo seu Secretário-Geral Kofi Annan.

Mesmo assim ou até por isso, a crítica não tem por Marsalis qualquer tipo de afeto, até pelo contrário, e dizem se dever ao fato de que na histórica entrevista de Miles (pouco antes de falecer) à Rolling Stone, teria dito não considerar Wynton como seu eventual substituto por ser um "body without soul", e que em sua resposta Marsalis que o tinha por ídolo, o chamou de "fdp" com todas as suas letras. Não sei se o patrulhamento vem daí, gostaria de ouvir os comentários do Raffaelli, que com certeza sabe a verdadeira razão.

Em resumo e voltando ao CD, recomendo-o a todos aqueles que gostam do bom e velho jazz, para enriquecer suas discotecas.

Quanto ao segundo lançamento, trata se do novo trabalho de um dos principais, se não o maior musico de jazz italiano, Enrico Rava (também trompetista como Marsalis), intitulado "Easy Living", pela ECM e acompanhado só por conterraneos, alguns da nova geração, como Gianluca Petrelli (trombone), Steffano Bollani (piano), além de Rosario Bonnacorso (baixo) e Roberto Gatto (bateria).

CD já enaltecido pela crítica, considerando esse musico de Trieste como o maior seguidor e melhor discipulo de Miles, a quem dedicou inclusive seu CD de 2002 junto com Paolo Fresu. Neste trabalho, no entanto, traz composições próprias (11), à exceção do titulo, bastante criativo e mostrando total integração com seus musicos, deixando-os inteiramente a vontade para os improvisos.

Enfim, Rava mostra neste CD porque cada vez mais a Italia se perpetua no cenário atual como sendo onde se faz o melhor jazz fora dos EUA.

Gostaria, antes de encerrar esta curta e corrida analise, de registrar como gratíssima surpresa (pelo menos para mim) o CD que recebi do nosso embaixador JoFlavio, do Joe Lovano (que não é, decididamente, my piece of cake) de 1991, "From the Soul" (Blue Note) com o Petrucciani, Dave Holland e Ed Blackwell, que além de coroado pela Penguin é digno de ser levado para nossa ilha, ressaltando a soberba versão de "Portrait of Jenny".

E já pedindo perdão pelos erros pois a pressa continua sendo inimiga da perfeição,

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