Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

Transcrição de artigo da Billboard republicado pelo NYT

05 fevereiro 2004

Transcrevo artigo do Dan Quelette para a Revista Billboard, traduzido livremente, cuja matéria achei curiosa por mencionar meu caro trompetista Enrico Rava e o assim dito fenômeno do sax, o garoto Francesco Cafiso.

O Festival da Umbria Visita a Grande Maçã
Sábado, 31 de Janeiro de 2004
Por Dan Ouellette

NEW YORK (da Revista Billboard) -
O Jazz é tão americano como o basketball. E tal como as cêstas, encontrou apelo internacional como um dos mais completos itens culturais de exportação dos EUA. A Itália por sua vez tornou-se uma base vital para o jazz, onde a música enraizou-se e frutificou.

Um contingente completo de italianos do Festival da Umbria chegou a New York e ficou de 12 a 24 de janeiro para alardear sua enorme festa jazzística. O Festival da Umbria está celebrando seu 30o. aniversário entre 9 e 18 de julho.

O evento nova-iorquino também fez incidir os holofotes em duas gerações de artistas de jazz do país. A serie de concertos apresentou o veterano jazzista [o trompetista] Enrico Rava Enrico Rava e a revelação de 14 anos [o saxofonista] Francesco Cafiso.

Como acontece em muitos lugares onde o jazz deixou sua marca a Itália produziu seus próprios dialetos diferenciados, que geralmente voam sob as telas de radar dos ouvintes americanos. No caso em tela: o trompetista e líder Rava, que se revelou na noite de abertura da série de cinco em que tocou no Blue Note.

Diante de uma multidão que incluía seu colega trompetista Wynton Marsalis e a atriz Isabella Rossellini, Rava liderou seu quinteto - destacando-se o estelar pianista Stefano Bollani - através de um set marcante de baladas apaixonadas e peças em uptempo exilarantes. Rava tocou músicas de seu novo álbum, "Easy Living," a ser lançado no próximo dia 16 de Março, pela ECM Records.

"O jazz italiano realmente chegou ao seu cerne nos últimos 10 a 15 anos," diz Rava, um inovador no jazz que fez espuma nos anos 60 quando morou em Nova Iorque e colaborou com o saxofonista soprano Steve Lacy e a "bandleader" Carla Bley. "Antes disso, havia poucos músicos de jazz de excelência, embora sempre tivéssemos tido fortes pianistas."

Rava explica que os ouvintes na Itália começaram a gravitar em torno do jazz no início dos anos 70, depois que as cidades pelo país afora baniram os concertos de rock por conta do seu comportamento desregrado.

"As pessoas sempre buscam por musica, e aí elas passaram a freqüentar concertos de jazz porque eram os únicos permitidos pelas administrações municipais," diz Rava, que nota que hoje o rock vem voltando a prevalecer. "Mas alguma audiência permaneceu fiel ao jazz. É o que fez o Festival de Jazz da Umbria decolar."

Rava diz também que os jovens músicos italianos também foram mordidos pela mosca do jazz. Muitos artistas do jazz como Lester Bowie, Chet Baker e Lee Konitz foram à Italia e tocaram com bandas totalmente italianas.

"Há hoje um número formidável de jovens italianos que estão tocando um jazz incrível," diz Rava, que aponta o adolescente Cafiso como um exemplo disso. "Francesco é fantástico. E a cada ano estão aparecendo outros jovens tão bons como ele. Quem sabe, talvez no ano que vem alguém vai descobrir um menino de 4 anos que possa tocar como Bird, Phil Woods ou Trane."

Na segunda semana do "Umbria Jazz Festival in New York", Francesco Cafiso foi revelado às audiências americanas. Chamado de "O Menino Fantástico" pelo escriba [e expert] do jazz Ira Gitler - que o viu tocar no último verão italiano - Cafiso humildemente demonstrou que, de fato, era um "natural". ao tocar diante de uma grande platéia só de convidados no restaurante San Domenico, no Central Park.

Apoiado pelo "swinging jazz trio" do pianista James Williams, com o baixista Ray Drummond e o baterista Ben Riley, o fenômeno do sax alto tocou linhas ebulientes em "All Blues," com suas bochechas infladas -- reminescentes da forma com que Dizzy Gillespie tocava seu trompete. Ele também desceu ao íntimo de "Body and Soul." Na parkeriana "Donna Lee," ele demonstrou estar pronto para o desafio do bebop com linhas velozmente lancinantes mas cheias de emoção.

Cafiso tocou outras vezes pela cidade na mesma semana, incluindo uma apresentação como convidado [muito, devido à importância do convite] especial da Orquestra de Jazz do Lincoln Center, no Alice Tully Hall, em dois concertos da série European Soundscapes [algo como Paisagens Sonoras Européias].

Nota adicional: Esta foto de Cafiso é também o link para o artigo no site da IJFO-International Jazz Festivals Organization que comenta o importante prêmio internacional que Cafiso receberá este ano.

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