Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

UFRJAZZ ENSEMBLE NO PARQUE DAS RUÍNAS

29 dezembro 2003

O dia ensolarado era um motivo perfeito para não ficarmos em casa, contudo, pela manhã, aquela preguiça gostosa de férias de verão nos impediu de levantarmos mais cedo para irmos à praia. Porém um café da manhã com muitas frutas, meu jornal ao lado e uma musiquinha da boa tocando, era tudo o que eu queria naquele início de dia.
Já tinha combinado com meu irmão Arcy de irmos à tarde no Parque das Ruínas assistir à apresentação da UFRJazz Ensemble. Ele mora bem pertinho dali e combinei de chegar mais cedo, de bondinho é claro, para ficarmos papeando um pouco. Quando lá cheguei encontrei um primo que não via há muito tempo. Morador de São Paulo e passando férias por aqui, ficou interessadíssimo ao saber do programa já agendado para logo mais. A primeira vez que ouvi um disco instrumental na vida, aos 16 anos, foi na casa dele e portanto, leva-lo ao Parque das Ruínas naquela tarde seria uma forma de retribuir aquele presente.

O Parque das Ruínas é lindo. A vista da Baía de Guanabara com o Pão de Açúcar ao fundo é de deixar qualquer um de queixo caído. O céu azul e a brisa fresca de fim de tarde só contribuíam para transformar aquele momento num dia inesquecível. Umas cem pessoas observavam os músicos se posicionando. Encontrei o trompetista Alfredo de Paula que, após perguntar pelos demais membros do CJUB, profetizou que eu iria presenciar um belíssimo concerto.

Às 18h o maestro José Rua iniciou a apresentação falando sobre a UFRJazz e do projeto em si. Teríamos uma apresentação dedicada a compositores brasileiros e a orquestra começou tocando composições de Vitor Assis Brasil. O saxofonista Fernando Trocado, que se apresentou no CJL 3, nos brindou com um belíssimo solo conseguindo os primeiros aplausos do dia. Com dezoito integrantes, a orquestra desenvolvia cada tema de forma vibrante e segura, percebendo-se claramente que o grupo está em plena atividade, pois o entrosamento entre seus integrantes e a perfeita simbiose com seu maestro, traduzem horas e mais horas de ensaio e o grande número de apresentações que vem fazendo.

Seguindo a apresentação, ouvimos as composições “Eclipse” e “Mendanha” de Jovino Santos Neto. Neste momento um de meus filhos se encantava com a percussão e o outro prestava atenção nas flautas, tentando aprender alguma coisa do instrumento recém adquirido. A platéia era pura atenção, vibrando a cada solo e ouvindo as explicações do maestro antes de cada composição ser executada.

José Rua disse à platéia que o tema seguinte seria de Hermeto Pascoal, que tem um belíssimo trabalho dedicado a Big Band. Segundo o maestro, Hermeto, por não sentir esse trabalho reconhecido por aqui só o apresenta no exterior, portanto seria a primeira vez que uma platéia brasileira iria ouvi-la. Fiquei de pé, me aproximei do palco e atentamente pude ouvir uma verdadeira maravilha. Sem dúvida o ponto alto da apresentação. Em determinado momento, todos os músicos, alternadamente, levantavam-se e diziam sílabas que depois formavam uma frase dita em uníssono por todos. O resultado final foi sensacional e não pude deixar de exclamar um “Beleza!!” no final da apresentação. Muito bom! Surpreendente mesmo!!

O concerto seguiu com arranjos do trompetista Julio Barbosa para “Corcovado” e “Garota de Ipanema” e um “Rhapsody in Blue” num estilo bem diferente. Tivemos ainda composições de Eduardo Camenietzki e de Hudson Nogueira, onde José Rua tocou clarinete.

No final, José Rua fez os agradecimentos de praxe e encerrou com “Aquarela do Brasil” de Ary Barroso. Rua falou da importância de se promover os jovens músicos brasileiros e de se levar concertos como este à população. A platéia aplaudiu e pediu bis, sendo prontamente atendida pelo maestro com uma composição de Jovino Neto.

Fui falar com o José Rua após o concerto. Quando soube que eu era do CJUB ficou empolgadíssimo. Logo estávamos conversando juntamente com o Alfredo de Paula e com o produtor Mauro Cleverson. Rua elogiou nosso trabalho e iniciativa em promover o jazz em nossa cidade e ficou claro que o desejo de trabalharmos juntos, o CJUB e a UFRJazz, é mútuo. Trocamos cartões e idéias. Rua convidou a todos para as próximas apresentações da orquestra. Quem desejar maiores informações sobre esse belíssimo trabalho é só visitar o site: www.ufrj.br/ufrjazz

Abraços,

Marcelink

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