Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

JAZZ QUIZ

29 dezembro 2003

Um pouco de diversão para estimular e exercitar as memórias.
Aqui vão três testes para a turma do CJUB:

1. O que têm em comum as composições de jazz "The Great Lie", "Too Much of A Good Thing", "Keen and Peachy", "Bebop Romp" e "Index" ?

2. O que têm em comum as canções "These Foolish Things", "Symphony" e "Nancy" ?

3. O que têm em comum os bateristas Cozy Cole, Sidney Cattlet e Kenny Clarke ?

Abraços,
Raf

UFRJAZZ ENSEMBLE NO PARQUE DAS RUÍNAS

O dia ensolarado era um motivo perfeito para não ficarmos em casa, contudo, pela manhã, aquela preguiça gostosa de férias de verão nos impediu de levantarmos mais cedo para irmos à praia. Porém um café da manhã com muitas frutas, meu jornal ao lado e uma musiquinha da boa tocando, era tudo o que eu queria naquele início de dia.
Já tinha combinado com meu irmão Arcy de irmos à tarde no Parque das Ruínas assistir à apresentação da UFRJazz Ensemble. Ele mora bem pertinho dali e combinei de chegar mais cedo, de bondinho é claro, para ficarmos papeando um pouco. Quando lá cheguei encontrei um primo que não via há muito tempo. Morador de São Paulo e passando férias por aqui, ficou interessadíssimo ao saber do programa já agendado para logo mais. A primeira vez que ouvi um disco instrumental na vida, aos 16 anos, foi na casa dele e portanto, leva-lo ao Parque das Ruínas naquela tarde seria uma forma de retribuir aquele presente.

O Parque das Ruínas é lindo. A vista da Baía de Guanabara com o Pão de Açúcar ao fundo é de deixar qualquer um de queixo caído. O céu azul e a brisa fresca de fim de tarde só contribuíam para transformar aquele momento num dia inesquecível. Umas cem pessoas observavam os músicos se posicionando. Encontrei o trompetista Alfredo de Paula que, após perguntar pelos demais membros do CJUB, profetizou que eu iria presenciar um belíssimo concerto.

Às 18h o maestro José Rua iniciou a apresentação falando sobre a UFRJazz e do projeto em si. Teríamos uma apresentação dedicada a compositores brasileiros e a orquestra começou tocando composições de Vitor Assis Brasil. O saxofonista Fernando Trocado, que se apresentou no CJL 3, nos brindou com um belíssimo solo conseguindo os primeiros aplausos do dia. Com dezoito integrantes, a orquestra desenvolvia cada tema de forma vibrante e segura, percebendo-se claramente que o grupo está em plena atividade, pois o entrosamento entre seus integrantes e a perfeita simbiose com seu maestro, traduzem horas e mais horas de ensaio e o grande número de apresentações que vem fazendo.

Seguindo a apresentação, ouvimos as composições “Eclipse” e “Mendanha” de Jovino Santos Neto. Neste momento um de meus filhos se encantava com a percussão e o outro prestava atenção nas flautas, tentando aprender alguma coisa do instrumento recém adquirido. A platéia era pura atenção, vibrando a cada solo e ouvindo as explicações do maestro antes de cada composição ser executada.

José Rua disse à platéia que o tema seguinte seria de Hermeto Pascoal, que tem um belíssimo trabalho dedicado a Big Band. Segundo o maestro, Hermeto, por não sentir esse trabalho reconhecido por aqui só o apresenta no exterior, portanto seria a primeira vez que uma platéia brasileira iria ouvi-la. Fiquei de pé, me aproximei do palco e atentamente pude ouvir uma verdadeira maravilha. Sem dúvida o ponto alto da apresentação. Em determinado momento, todos os músicos, alternadamente, levantavam-se e diziam sílabas que depois formavam uma frase dita em uníssono por todos. O resultado final foi sensacional e não pude deixar de exclamar um “Beleza!!” no final da apresentação. Muito bom! Surpreendente mesmo!!

O concerto seguiu com arranjos do trompetista Julio Barbosa para “Corcovado” e “Garota de Ipanema” e um “Rhapsody in Blue” num estilo bem diferente. Tivemos ainda composições de Eduardo Camenietzki e de Hudson Nogueira, onde José Rua tocou clarinete.

No final, José Rua fez os agradecimentos de praxe e encerrou com “Aquarela do Brasil” de Ary Barroso. Rua falou da importância de se promover os jovens músicos brasileiros e de se levar concertos como este à população. A platéia aplaudiu e pediu bis, sendo prontamente atendida pelo maestro com uma composição de Jovino Neto.

Fui falar com o José Rua após o concerto. Quando soube que eu era do CJUB ficou empolgadíssimo. Logo estávamos conversando juntamente com o Alfredo de Paula e com o produtor Mauro Cleverson. Rua elogiou nosso trabalho e iniciativa em promover o jazz em nossa cidade e ficou claro que o desejo de trabalharmos juntos, o CJUB e a UFRJazz, é mútuo. Trocamos cartões e idéias. Rua convidou a todos para as próximas apresentações da orquestra. Quem desejar maiores informações sobre esse belíssimo trabalho é só visitar o site: www.ufrj.br/ufrjazz

Abraços,

Marcelink

Criatividade brasileira a serviço da música e da percussão

28 dezembro 2003

Recebi este excelente Flash como cartão de Natal. Criativo, bem brasileiro, a despeito da melodia associada ser a "importada" e conhecidíssima "Jingle Bells", neste caso executada nada mais nada menos do que numa ... cuíca. Mas com acompanhamento para lá de apimentado, à carioca!

Essa maravilha foi produzida pelo grupo responsável pelo brazilianpercussion.com, um exemplo de site simples, funcional e eficiente - acredito - para o negócio a que se propõem. Que funciona, muito bem, também em alemão, francês, ingjês e italiano.
Os "donos" do negócio são dois ex-alunos da PUC-RJ, um economista e um engenheiro, ambos devidamente MBA-lizados, que resolveram sistematizar on-line a venda de instrumentos de percussão, em sua maioria de origem brasileira e voltados principalmente ao samba, para o mundo todo.
Fica aqui a indicação, valendo, por todos os motivos a visita.
Em tempo: o projeto do negócio em si, ficou em terceiro lugar numa competição na NYU Stern School of Business de 2002, sendo o único não americano entre os vencedores.
Show de bola, rapaziada. Parabéns!

31º Encontro Anual da International Association for Jazz Education (IAJE)

23 dezembro 2003

A International Association for Jazz Education (IAJE) realizará seu 31º Encontro Anual de 21 a 24 de Janeiro de 2004, em New York, nos hotéis New York Hilton e Sheraton.

A IAJE é a maior organização mundial de educadores de jazz do mundo. Como já mencionei aos queridos amigos cejubianos em um de nossos almoços, foi essa organização que me honrou com um belíssimo troféu "por relevantes serviços prestados ao jazz", em cerimônia realizada no Mistura Fina, em outubro de 1999, com a presença de inúmeros músicos e entusiastas do jazz. Esse troféu muito me orgulha por ter sido o primeiro crítico estrangeiro (não nascido nos Estados Unidos) a receber tal honraria.

Esse encontro em New York reunirá a comunidade jazzística de inúmeros países, com mais de 7.000 educadores, músicos, estudantes e representantes da indústria de 35 nações.

Mais de 150 artistas e professores participarão da programação, incluindo Paquito D'Rivera; The New York Voices; Take 6; o Quinteto dos Heath Brothers; Dave Holland; Clark Terry; Nicholas Payton; Maria Schneider Orchestra; Lorraine Desmarais Trio; John Fedchock New York Big Band; David Friesen; Greg Hopkins; Bob Hurst Quarteto; Bill Mays Trio; Mulgrew Miller Trio; Bobby Watson & Horizon; Walt Weiskopf Noneto; Tim Ries; Saxophone Summit com Joe Lovano, David Liebman e Michael Brecker; Jamie Cullum; Jason Moran; Michel Camilo Trio; David Sanchez; Brussells Jazz Orchestra; Vanguard Jazz Orchestra; Bob Brookmeyer and the New Art Orchestra; The Lynn Arriale Trio; Caribbean Jazz Project; Convergence; Robert Davis & The Chicago Jazz Ensemble; Rosana Eckert; Flutology; The Global Jazz Orchestra (Japão); Hiromi; Mike Holober & The Gotham Jazz Orchestra; U.S. Army Jazz Ambassadors; M-PACT; Phil Woods & Hubert Laws (tributo a Herbie Mann); Charles Pillow & Pictures of New.

A IAJE instituiu o troféu NEA Jazz Masters que será entregue ao guitarrista Jim Hall, baterista Chico Hamilton, pianista Herbie Hancock, compositor-arranjador Luther Henderson, cantora Nancy Wilson e o crítico Nat Hentoff "por relevantes serviços prestados ao jazz".

A IAJE e a International Jazz Festivals Organization (IJFO) premiarão o vencedor do terceiro International Jazz Award para o mais promissor artista de jazz revelado em 2003. O prêmio caberá ao fenomenal saxofonista italiano Francesco Cafiso, de 14 anos, que vem se apresentando na Europa, no Japão e nos Estados Unidos com o hepteto do trompetista Wynton Marsalis.

Primeiros Agradecimentos

18 dezembro 2003

Gostaria de iniciar a série de comentários sobre a Jam Session de ontem, que ocorreu num clima especialmente amistoso, talvez amplificado pela época que já é de confraternizações, com o registro da presença de algumas pessoas que lá estiveram para prestigiar o CJUB.

Para começar, a presença de Alfredo Cardim, professor de música em Berklee - e para nossa boa surpresa, amigo de Cedar Walton - que, não obstante ter chegado dos EUA ontem mesmo, atendeu à convocação de sua amiga Maria da Penha Vieira, editora-chefe do site Domínio Feminino (na foto abaixo, à esquerda, Alfredo, sua filha e MPV) para ir lá fazer-lhe companhia. Alfredo, conhecido da grande maioria de músicos presentes e de outras personalidades ligadas à música, acabou recebendo do CJUB a incumbência de entregar o diploma de "Melhor Músico Estrangeiro de 2003" (que se apresentou no Brasil) concedido por nós, a Cedar. Maria da Penha, que adora jazz e que também já produziu alguns concertos, e suas "dominetes", vem-nos dando um tratamento para lá de carinhoso em seu site desde que nos conheceram. A estas, que não puderam ir mas foram tão dignamente representadas, um grande abraço.

Também lá esteve a principal executiva da Delira Música, selo que está lançando uma coleção de títulos de jazz cuidadosamente escolhidos, Luciana Pegorer (na foto abaixo, ao centro). Muito gentilmente, Luciana levou e sorteou para a platéia os treze CDs que compõem o conjunto, que como já foi dito aqui, receberam texto do nosso Raf.

Tivemos igualmente a presença de Vinícius Mesquita (à direita na foto), editor-chefe da revista Jazz +, que veio ao Rio com sua esposa especialmente para receber o prêmio de "Melhor Mídia de Jazz de 2003", e ficou até o final da jam, quando tivemos a oportunidade de discutir algumas possibilidades de atuação em conjunto para o futuro.

Também esteve no Mistura, chegado do lançamento do livro do Casseta e Planeta, o humorista e contrabaixista Reinaldo, que mesmo atrasado pelo compromisso, pode assistir a uma parte do segundo set. E ainda aproveitou a oportunidade para nos autorizar a publicar aqui a charge que preparou especialmente para a edição corrente da Jazz+, o que faremos em breve. Vinícius também nos deu seu "nihil-obstat".

O excelente praça André Wollny, da Spiegelau não apenas esteve presente mais uma vez, mas fez questão de nos levar seus belos conjuntos de copos, para uísque, logicamente, para serem sorteados pelos presentes, o que já está se tornando uma bela tradição tanto para nós como para os contemplados.

E finalmente apareceu para prestigiar nossas produções no Mistura - já o havia feito no Epitácio, bem no início das CJLs - o Rui Martinelli, que é quem está por trás das ótimas produções jazzísticas do Leblon Jazz Lounge, espaço com excepcional acústica e programação cuidadosa, situado no terceiro piso do Rio Design Center. Rui é um outro grande batalhador para que a chama das produções voltadas para o jazz se mantenha acesa.

A todos, nosso agradecimento pela presença e pelo suporte que nos vem proporcionando. E o desejo de que possamos trabalhar sempre e mais, associando-nos no que for possível, vinculados por essa paixão cultural que tanto prazer nos traz. O jazz.

Um Feliz Natal e Um Excepcional Ano de 2004 a todos, são os votos dos confrades CJUBianos.
Alfredo Cardim, Maria da Penha Vieira; Luciana Pegorer; Vinicius Mesquita

AUTUMN 2003: A BRIEF HISTORY OF SNOW

As most as you know, for the past two years i’ve been working on an album of original holiday/winter songs. This has been a somewhat episodic endeaver, many of the tunes written during time stolen from others obligations, like touring, rehearsing and painting, with eggshell white, the increasingly transparent siding of our 1791 farm house... This summer I finished the last two compositions and we started recording the album - Watching The Snow – on july 21st.
Since all of you have been so enthusiastic about this project (not to mention patient), I thought you might enjoy a little thumbnail history of the entire process.
To begin with, I studied, with interest, the isolated little genre of (non-traditional) holiday music and found only a handful of compositions which felt like standards. My friend Steve Khan’s father, Sammy Chan, co-wrote two of the best ones, “Let It Snow!” and “The Christmas Waltz”. Nat King Cole’s rendition of Mel Tormé’s “The Christmas Song” is nearly everyone’s perennial favorite. My own personnal favorite is "Have Yourself A Merry Little Christmas”, “the melody of wich has lent itself to many beautiful jazz reharmonizations.
After this initial period of “research”, I started, haltingly at first, to write some wintersongs. Though I wrote two or three of these last year, it was this past Winter, here in the northeast, wich inspired me most (in view of our record breaking snowfall amounts). By early spring, most of the compositions were finished and I had already sent home-studio demos of them to Charles Blenzig, my musical director, who wrote the arrangements as each new installment arrived.
It soon became obvious that we had missed, by a wide margin, the delivery deadline for a Christmas retail release here in the U.S. But, undaunted, we plunged into the recording and, at this writing, the record is nearly mixed and mastered. Though it will be released at retail in Japan by my friend at Columbia Records, it will be available here, this Fall, exclusively online.
Thanks for listening (and waiting)
Health, prosperity, Happiness

Michael Franks


PS. Franks sempre foi um admirador da nossa música - gravou com João Donato, Eumir Deodato e Djavan, entre outros, além de um ardoroso fã de Tom Jobim. Este seu último CD - lançado em novembro no Japão - é um dos mais jazzísticos que fez, apesar de todos os temas trazerem uma ligação com as festas de fim-de-ano. Como curiosidade, dois brasileiros nos créditos: Romero Lubambo, guitar, e Café, percussão. Não há dúvida que seria um presente bárbaro de Natal para os que gostam de jazz. O CD, aliás, é bom do inicio ao fim.

Intervalo Recheado de Brindes - Uma Jam Session de Natal?

15 dezembro 2003

Não bastasse a expectativa pelo concerto do Milito e a jam que se seguirá, que pretendemos seja nosso melhor presente de Natal, estamos muito animados com a noite desta quarta-feira, que será bastante agitada também durante o intervalo dos sets.
Além do sorteio já tradicional das duas garrafas de Chivas Regal, e dos sensacionais copos de uísque cedidos pela Spiegelau, teremos um outro, dos 13 CDs da coleção de jazz que está sendo lançada pela Delira Música, gentilmente cedidos pela Luciana Pegorer, cujos textos foram escritos por ninguém menos do que nosso Grande Guru Raffaelli.
Haverá também a entrega dos diplomas do Prêmio CJUB - Melhores de 2003 aos agraciados, conforme a lista publicada num post anterior, abaixo. Mais uma noite imperdível com a marca de qualidade do CJUB.

REPERTÓRIO DE OSMAR MILITO PARA O
CJUB - CHIVAS JAZZ LOUNGE JAM SESSION

11 dezembro 2003

O pianista Osmar Milito preparou o repertório que seu trio apresentará na noite de quarta-feira, dia 17/12, no Mistura Fina. Grande parte das 18 composições integrarão o seu set list substancial e sugestivo, antecipando uma noite "out of this world". Venham todos.

* ISRAEL (Johnny Carisi)
* SUPER BLUE (Freddie Hubbard)
* TRICROTISM (Oscar Pettiford)
* B MINOR WALTZ (Bill Evans)
* SPAIN (Chick Corea)
* BOUNCING WITH BUD (Bud Powell)
* BUD POWELL (Chick Corea)
* BILL'S TUNE (Bill Evans)
* SEVEN STEPS TO HEAVEN (Miles Davis)
* AIREGIN (Sonny Rollins)
* ENDLESS LOVE (Fred Hersch)
* 34 SKIDOO (Bill Evans)
* MADRID (Brad Mehldau)
* CAPTAIN MARVEL (Chick Corea)
* COMRADE CONRAD (Bill Evans)
* YOU AND THE NIGHT AND THE MUSIC (Dietz-Schwartz)
* SNO'PEAS (Bill Evans)
* THEME FROM THE FLINTSTONES

Observação: antes que alguém estranhe, THEME FROM THE FLINTSTONES será interpretado em velocíssimo up-tempo, uma pauleira que é uma brasa, mora.

OSMAR MILITO É ATRAÇÃO DO CJUB - CHIVAS JAZZ LOUNGE JAM SESSION -

10 dezembro 2003

O trio do consagrado pianista Osmar Milito, integrado por Augusto Mattoso (baixo) e Rafael Barata (bateria), será a atração do CJUB – CHIVAS JAZZ LOUNGE JAM SESSION, quarta-feira, 17 de Dezembro, no Mistura Fina, a partir das 21 horas. A noite será uma festa jazzística encerrando as atividades de 2003 do CJUB – CHARUTO JAZZ UISQUE BLOG, abrilhantada pelo trio de Milito que interpretará algumas dentre as melhores composições do repertório do jazz, culminando em alto estilo com uma jam session na qual serão bem-vindos os músicos que desejarem participar. No intervalo, serão entregues os diplomas do Prêmio CJUB aos Melhores do Jazz de 2003.

Osmar Milito é um ícone do piano brasileiro, cuja longa e prolífica carreira começou em 1964, atuando com a grande maioria de músicos e cantores que se revelaram no período de ouro da bossa nova, em plena efervescência das noites gloriosas do lendário Beco das Garrafas – o equivalente carioca da Rua 52, a Swing Street de New York.
Milito tocou com Silvinha Telles, Nara Leão, Rosinha de Valença, Paulo Moura, Edison Machado, Maria Bethania, Gilberto Gil, Vinícius de Moraes, Jorge Benjor, Leny Andrade, Pery Ribeiro e Gracinha Leporace, entre muitos outros. Passou dois anos no México e nos Estados Unidos tocando com Sérgio Mendes em Las Vegas e várias universidades americanas. Nessa época, gravou o álbum “Bossa Rio” com o conjunto de Sérgio Mendes.

Voltando ao Brasil, em 1970, retomou sua carreira acompanhando Chico Buarque, Ivan Lins, Marcos Valle e Nana Caymmi. Organizou diversos conjuntos nos quais atuaram Márcio Montarroyos, Pascoal Meirelles, Mauro Senise, Paulinho da Costa, Leny Andrade, Djavan e outros.

Gravou seu primeiro LP, “E Deixa o Relógio Andar”, para a Som Livre, em 1971, lançado na Argentina, Japão, EUA e Europa. Outros discos seus como líder são “Nem Paletó Nem Gravata” (1973), “Viagem” (1973), “Na Trilha de Osmar Milito” (1974), “Ligia” (1977), “Summer in Brazil” (1988), “Showtime” (1989) e “Brasil Bossa Nova” (1990 - com Wanda Sá e Pery Ribeiro).
Como compositor, participou do Festival Internacional da Canção com a música “América do Sol” e assinou as trilhas dos filmes “Terra em Transe”, “Lua de Mel e Amendoim”, “Como era boa a nossa empregada” e “Divórcio à Brasileira”.

Ao longo de 39 anos de carreira, atuou em shows de jazz acompanhando Spanky Wilson, Mark Murphy, Hélio Delmiro, Maurício Einhorn, Mauro Senise, Nico Assunção e Pascoal Meirelles, e deu canjas memoráveis com Liza Minelli, Tony Bennett, Sarah Vaughan, Sammy Davis Jr, Pat Metheny, Shelly Manne, Randy Brecker, Benny Golson, Michel Legrand e John Pizzarelli, entre muitos outros.

Nos últimos anos, aproveitando o revival da bossa nova, gravou vários CDs com inúmeros artistas, além de apresentar-se com Cláudio Roditi e Hendrik Meurkens, o maior gaitista alemão de jazz. Também dividiu com Hermeto Pascoal a faixa “Tema Jazz” no Songbook Instrumental de Tom Jobim.
Osmar Milito continua em ação em casas noturnas tocando com nomes do quilate de Paulo Moura, Nivaldo Ornelas, Carlos Malta, Mauro Senise, Pascoal Meirelles e outros, além do seu trio integrado por Augusto Mattoso (baixo) e Rafael Barata (bateria).

Augusto Mattoso é um dos mais articulados e sólidos baixistas nacionais, com longa e produtiva folha de serviços tocando com Dario Galante, Hamleto Stamato, Rio Jazz Orchestra, grupo Tríade, Orquestra e Coro Brasil, entre outros. Discípulo do baixista Paulo Russo, considera Eddie Gomez a sua maior influência. Atualmente está terminando o curso de bacharel em música na UniRio.

Rafael Barata é uma radiosa promessa da bateria jazzística. Sua energia, seu entusiasmo e sua inteligente distribuição fazem dele uma garantia para qualquer formação em que atua. Pertencente a uma família de músicos, começou no piano ainda na infância e logo passou para a bateria. Revelação precoce, venceu dois festivais para bateristas aos 15 anos.
Bastante requisitado, gravou com seu irmão Roberto Barata, Hélio Celso, Rosa Passos, Idriss Boudrioua, Dario Galante, Osmar Milito e Durval Ferreira. Tocou também com Emilio Santiago e Zezé Motta, e participou de festivais de jazz no Brasil com o canadense Jean-Pierre Zanella, o americano Ray Moore, o italiano Dario Galante, o francês Idriss Boudrioua e Meirelles e os Copa Cinco. Atualmente integra os trios dos pianistas Osmar Milito, Dario Galante e Philippe Baden Powell.

- HISTÓRIA CURIOSA E EMOCIONANTE DO DESTINO DE UM VIOLINO -

09 dezembro 2003

Há uma historinha que considero das mais interessantes e inusitadas acerca de um violino que trocou de dono desde os anos 30. Eu a estava reservando para uma palestra no Rio Design Center, mas como não fui escalado para falar no tributo a Stephane Grappelli, realizado semana passada, vou divulgá-la agora. Ela foi-me contada pelo grande violinista Stephane Grappelli (juntamente com algumas deliciosas e apimentadas estripulias de Django Reinhardt) quando tocou no Free jazz Festival, em 1988.

Aí vai:

A França sempre teve uma grande tradição do violino no jazz. Há uma verdadeira dinastia de violinistas franceses de jazz que marcaram suas trajetórias com muito talento. Eles estão unidos por um fato incomum realmente emocionante.

1. Na final da década de 20, o grande nome do violino na França era o maestro e líder de orquestra Michel Warlop (tenho algumas gravações da banda dele em LP). Michel era um excelente instrumentista e empregava alguns dos melhores jazzmen franceses, inclusive Django Reinhardt. Warlop tinha um instrumento notável, que todos admiravam, fabricado por um renomado lutier europeu.

2. Quando Warlop encerrou suas atividades, no final dos anos 30, deu seu instrumento a Grappelli, que já era um grande nome do violino no jazz.

3. Nos anos 60, Grappelli deu o instrumento a Jean-Luc Ponty, que surgiu como um meteoro na constelação jazzística francesa (depois degringolou rumo à malfadada fusão).

4. Nos fim dos anos 70, Ponty presenteou o instrumento a Didier Lockwood, outro que fez furor com suas atuações e seus discos híper-elogiados.

5. Em meados dos anos 80, Lockwood deu o instrumento ao neto de Grappelli, que começava a tocar violino.

Assim, em linhas gerais, conta-se a história de um instrumento cobiçado por muitos que passou sucessivamente pelas mãos de Warlop-Grappelli-Ponty-Lockwood-Grappelli Neto.



PARA COMEMORAR - CJUB-CHIVAS JAZZ LOUNGE JAM SESSION

Amigos: não deu para segurar! Então aí vão as novidades que vimos guardando há alguns dias e que agora revelo:

Os CJUBianos encontram-se em plena função, no preparo da última, mas não menos importante, produção do ano de 2003. Será no dia 17, como sempre às 21 horas, no Mistura Fina, a noite que vai comemorar as conquistas do CJUB, dentre as quais as produções musicais, iniciadas em maio deste ano. E a entrega do Prêmio CJUB aos destaques do ano que se encerra, em diversas categorias ligadas exclusivamente ao jazz.

De maneira a reconduzir a locomotiva aos trilhos, ou melhor, o foguete à sua trajetória devida, convidamos o "maestro" Osmar Milito e toda a sua experiência e talento musicais, para atuar no comando de seu trio, com Augusto Mattoso no contrabaixo e Rafael Barata na bateria. Será uma oportunidade imperdível, a de voltar a ouvir Milito tocando jazz como gosta de fazer, sem pressa nem tendo de atender a pedidos das habitualmente descontra-distra-ídas platéias para quem vem se apresentando nos últimos tempos nas casas noturnas cariocas. O que consideramos um "desperdício de Milito".

A expectativa que nos assola, de rever Osmar Milito e sua escolta de altíssimo nível, dedicados exclusivamente a temas de jazz, é enorme. Daí eu nem ter esperado o "release" oficial, que está sendo confeccionado com todo o profissionalismo pelo nosso Mestre Raf, para dar a todos esta notícia.

E, aviso aos navegantes: em janeiro, a coisa vai FERVER: serão DOIS os concertos CJUB-CJL, um deles com artistas internacionais, dia 21/1 e o outro, um Tributo a Bill Evans, no dia 28. Detalhes em breve.

Preparem-se e avisem aos amigos!!!

AGORA, SIM, É PARA DESEMBANANAR ...

08 dezembro 2003

Já que comecei a fita, agora dou a munição para o round final (JoFlávio x Raffa):

A partitura:

O som:
Dimensions in Blue

Também estou fazendo meus testes

Bene-X na área. Boa ferramenta esta.

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PRÊMIO CJUB DE MELHORES DO JAZZ EM 2003 - RESULTADO FINAL

A primeira edição do Premio CJUB de Melhores do Jazz, contou com os votos de todos os integrantes do blog, com exceção da Marzita, Conchita, JoFlavio, Manim e Rodrink, que por motivos diversos não puderam votar.

Na primeira etapa votamos livremente nas dez categorias do prêmio, sem nos ater a nomes específicos. Como éramos nove jurados (Mau Nah, Sazz, DeFrag, Bene-X, Marcelink, Marcelón, Raffa, Goltinho e Zenrik) o indicado que obtivesse cinco votos era eleito em primeiro turno e não havendo maioria os dois indicados com maior número de indicações iriam para uma segunda votação. O prêmio foi tão concorrido que em nenhuma das dez categorias houve unanimidade dos votos e em apenas quatro categorias a votação terminou no primeiro turno .

Como curiosidade vale destacar que a categoria mais concorrida foi a de Melhor Músico Brasileiro de Jazz com sete indicações, o que só confirma a excelência de nossos músicos. Na categoria Show Internacional e de Músico Estrangeiro, só poderiam ser votados os realizados no Brasil e os que se apresentaram no país. Na categoria Melhor Músico CJL foi escolhido o músico de melhor desempenho em nossos sete concertos e o Prêmio Especial é o reconhecimento da importância de uma pessoa, física ou jurídica, na história do jazz em nosso país.

O Prêmio CJUB de Melhores do Jazz é mais um incentivo que este blog proporciona aos músicos, produtores, jornalistas, empresários e ao público em geral que acredita e sobretudo gosta do jazz. Aos vencedores, ou a seus representantes, o CJUB entregará um diploma no dia 17 de dezembro no Mistura Fina.

MELHOR SHOW INTERNACIONAL: McCOY TYNER (TIM FESTIVAL)
MELHOR SHOW NACIONAL: CJL 7 – JAZZ PANORAMA
MELHOR MÚSICO ESTRANGEIRO: CEDAR WALTON
MELHOR MÚSICO BRASILEIRO: DÁRIO GALANTE
MELHOR MÚSICO CJL: IDRISS BOUDRIOUA
MÚSICO REVELAÇÃO: FELIPE POLI
MELHOR FESTIVAL DE JAZZ: CHIVAS JAZZ FESTIVAL
MELHOR CASA DE JAZZ: MISTURA FINA
MELHOR MÍDIA: REVISTA JAZZ+
PRÊMIO ESPECIAL: JORGE GUINLE


Parabéns aos vencedores!

Marcelink


Rio de Janeiro Jazz Trio na Modern Sound e no Partitura; Tributo a Scott La Faro no Rio Design

06 dezembro 2003

Adito o post anterior, a pedido de nosso amigo e CJL jazzman, Paulo Russo (que já confirmou presença no último CJL do ano): shows de lançamento do CD "Bop Till You Drop", na próxima terça-feira, 9 de dezembro, 20 h., na Modern Sound (Rua Barata Ribeiro, 502 – D, Copacabana; tel. 2548-5005) e, na 6ª-feira, 12 de dezembro, 22 h., no Partitura, Lagoa.

Nosso Paulo também estará prestando seu Tributo a Scott La Faro na 5ª-feira, dia 11 de dezembro, 19 h., no Rio Design Center, Leblon.

Até lá !

ORNA (E COMO.......)

04 dezembro 2003

Chama-se Orna, simplesmente. Essa sul-africana (Jo’burg 1971) de considerável extensão vocal e um intimismo elegante lança seu primeiro CD nos Estados Unidos tendo como padrinho o irriquieto e talentoso contrabaixista Brian Bromberg. “The Very Thought Of You” – é o título do álbum (A440 MUSIC GROUP, february 18, 2003) – vem recebendo críticas entusiasmadas.
Orna formou-se na Universidade de Witwatersrand (África Do Sul) em 1993. Estudou composições para o cinema na Berklee College Of Music (Boston), quando decidiu-se por ser vocalista sob forte influência de Chet Baker, Shirley Horn e Sting.
The Very Thought Of You” traz como de hábito para as novas cantoras de jazz alguns dos mais consagrados standards da música norte-americana. O tema título, por exemplo, um clássico de Ray Noble, mostra o já citado lado intimista da cantora, tendo atrás um trio altamente sofisticado, composto por Brian Bromberg (baixo), Tom Zink (piano) e Chris Wabich (bateria). Em “Nature Boy”(Ahbez), a configuração é outra, à base de cordas transgênicas e um acento suavemente “funk”. Ao contrário, em “My Ship" (Weill/Gershwin), encontramos uma solução rítmica tupiniquim proposta por Mario Albanese e Ciro Pereira – leia-se um jequibau torto, samba em 7/4. Outros standards como “That’s All”(Brandt/Haymes), “My Favorite Things” (Rodgers/Hammerstein) e “My One And Only Love”(Mellin/Wood) recebem tratamento de gala. Os momentos de surpresa do CD ficam por conta de uma versão com letra de “Alice In Wonderland”(Fain /Hilliard) e uma outra saborosa versão para “Ornithology"(Parker), quando Orna e Bromberg (inspiradíssimo) abrem o tema em uníssono, com destaque para o vibrante solo do pianista Tom Zink.
Por ser o primeiro disco, Orna mostra sensibilidade, músicos e repertório próprios dos que iniciam uma carreira respeitando ouvidos mais exigentes, boa música e jazz.

Em tempo :"The Very Thought Of You is the debut recording by South African born vocalist Orna. Quite frankly, it's one of the best vocals cds I've heard in a long time. The 10 songs are all familiar ballads given either contemporary jazz or samba interpretations. However, it's what Orna does with these classics songs that makes this a must buy recording".(Ron Saranich)

Em tempo II :"I recently discovered the voice and talents of Orna. She possesses a certain depth, fulness and resonance with this find collection of songs. Orna is a worthy talent who exudes positive feelings and confidence" (Nancy Wilson-Down Beat)

NELSON AYRES - PERTO DO CORAÇÃO

03 dezembro 2003

No meio de tantos e inúmeros lançamentos de fim de ano, quero aqui registrar o último cd do maestro, arranjador, compositor e pianista Nelson Ayres, musico pouco conhecido ou divulgado no Rio de Janeiro e detentor de uma sonoridade e elegancia, comparável ao Red Garland, a meu ver o mais elegante e refinado dos antigos pianistas norte americanos.
Nelson que foi também o criador do grupo instrumental Pau Brasil nos anos 70, vem nos brindar com um dos grandes e importantes lançamentos de 2003, chamado Perto do Coração, tema do próprio e de fazer arrepiar até os pelos dos insensíveis e que abre o cd.
Participam desse trabalho Rogério Botter Maio e Zeca Assumpção que se revezam no contra baixo, Harvey Wainapel, Teco Cardoso e Roberto Sion no saxofone, Nailor Proveta no clarinete, Bob Wyatt na bateria além das cordas que não cabem aqui neste espaço e que estão presentes em alguns dos temas, que vão desde Coração Vagabundo do C.Veloso, com um solo deslumbrante do Harvey Wainapel, passando por Canto Triste do E.Lobo e há uma das mais lindas interpretações de Dindi do nosso maestro soberano Tom Jobim.
Enfim fico muito feliz por saber que trabalhos desse quilate ainda são realizados por aqui, muito embora sem nenhuma ou muito pequena divulgação, até porque a musica instrumental não alcança as grandes gravadoras, restringindo se na sua maioria aos selos independentes.
Como sonhar não custa nada, porque não reunir em nossos concertos esses musicos maravilhosos e suas maquinas sonoras dentro do projeto CJUB.

E tenho dito.



QUIZ PROPOSTO PELO MESTRE RAFFAELLI

P: De qual música é plágio "Dimensions in Blue", de Sam Nestico, primeira faixa do álbum da UFRJAZZ ENSEMBLE ?

R.: Yellow Days, atribuída, segundo pesquisei, a "A. Bernstein", ou La Mentira, de "Alvaro Carrillo" (esta, na versão em ritmo de bolero). O tema foi gravado, entre outros, por Sinatra (no famoso disco com Duke Ellington) e, recentemente (ou quase, 1990), pela nossa Leny Andrade, no ótimo "Eu Quero Ver" (Estúdio Eldorado).

Curiosidade: o AMG (www.allmusicguide.com) lista o referido Alvaro Carrillo como:

"Alvaro Carrillo is the composer of dozens of Latin standards including "Sabor a Mi," "Amor Mio," "Un Poco Mas," "La Mentira," "Sabra Dios," "Luz de Luna," "El Andariego," "Seguire Mi Viaje," and "Se Te Olvida." His songs have been performed by artists including Lucho Gatica, José José, Los Panchos, and Javier Solis."

Pergunto, Mestre, em que ano foi composto o original ?

Cara de pau o Nestico, hein ?

I PRÊMIO CJUB MELHORES DE 2003

02 dezembro 2003

Por sugestão de Marcelink, convoco os editores e, bem assim, nossos queridos visitantes e leitores para votar nas seguintes categorias:

SHOW INTERNACIONAL (Realizado no Brasil)
SHOW NACIONAL
MÚSICO BRASILEIRO
MÚSICO ESTRANGEIRO (Que se apresentou no Brasil)
MÚSICO CJL (Que se apresentou em nossos concertos)
REVELAÇÃO DO ANO
FESTIVAL
MÍDIA
CASA
PRÊMIO ESPECIAL

As regras serão explicitadas por Marcelink brevemente.

Todos ao pleito !

01 dezembro 2003

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NOITE INESQUECÍVEL NA SÉTIMA EDIÇÃO DO CHIVAS JAZZ LOUNGE

Foi uma grande festa. Uma noite inesquecível. O entusiasmo geral era contagiante, dando a impressão que havia algo diferente no ar. A expectativa prenunciava o que viria depois.

A data de 26 de novembro de 2003 ficará indelevelmente inscrita na galeria do ouro das realizações do Chivas Jazz Lounge, com a apresentação do sexteto comandado pelo pianista Hamleto Stamato, no Mistura Fina.
Foi a sétima edição do projeto Chivas Jazz Lounge, idealizado e produzido pelos integrantes do CJUB (Charuto Jazz Uísque Blog), patrocinado pela Pernod Ricard-Brasil, fabricante do Whisky Chivas Regal.
O evento, produzido por Marcelo Siqueira, um dos integrantes do CJUB, homenageou Jorge Guinle, o decano dos jazzófilos cariocas, por sugestão de David Benechis, outro ativo membro do CJUB. Apropriadamente, o concerto denominou-se “Jazz Panorama”, título do livro escrito pelo homenageado, que autografou vários exemplares antes e no intervalo do concerto.

Com o Mistura Fina superlotado, repleto de personalidades - entre as quais reuniram-se 25 convidados da Pernod-Ricard na América Latina, incluindo Francesco Taddonio, presidente da Pernod-Ricard para a América do Sul, Edmundo Bomtempo, presidente da Pernod-Ricard Brasil, Laurent Schum, Diretor de Marketing para América Latina e Carolina Campos, gerente nacional do produto Chivas -, a atmosfera envolvente contagiou a todos, que se irmanaram nos aplausos, nos gritos de entusiasmo e na consagração aos músicos e ao homenageado.

O produtor Marcelo Siqueira escolheu o pianista Hamleto Stamato para liderar o sexteto, integrado por Paulinho Trompete (flugelhorn), Widor Santiago (sax-tenor),Roberto Marques (trombone), Augusto Mattoso (baixo) e Kleberson Caetano (bateria). Houve momentos tão intensos de arrebatamento que, em determinadas passagens, o feeling coletivo superou a própria música, estabelecendo imediata empatia com a platéia.

Hamleto é um dos mais completos pianistas brasileiros da atualidade. Seu estilo fluente de técnica altamente desenvolvida destila seqüências de idéias coordenadas com imaginação e continuidade. Várias de suas improvisações possuem idéias suficientes para serem desenvolvidas em novas composições.

O consagrado Paulinho Trompete domina por completo a massa sonora do instrumento. Cada um de seus solos deixa a certeza de que pode tocar qualquer frase ou idéia que imagine.

Roberto Marques é uma voz poderosa do seu instrumento. Sua flexibilidade e poder de adaptação a diversas situações musicais sempre foi um dos seus maiores atributos.

Widor Santiago é dinamite em pessoa. Sempre pronto ao ataque. No bom sentido, atira-se aos solos com uma volúpia sem limites, transformando cada intervenção numa excursão pelos caminhos ousados da aventura.

Augusto Mattoso é uma rocha dentro da seção rítmica, o pêndulo que oscila equilibrando seus companheiros, um baixista que realmente toca para o conjunto sem pretender aparecer com as bruscas e inoportunas acentuações fora de hora. Seu solo em “Scrapple from the Apple” foi uma condensação do caleidoscópio das suas qualidades.

O correto Kleberson Caetano contribuiu com um suporte dinâmico e entusiasmado, refletido nos solos de “Caravan” e “A Night in Tunísia”, além das efervescentes trocas de quatro compassos com Hamleto e Widor em “Scrapple from the Apple” e “Blues Walk”.


Para ilustrar musicalmente o concerto, o produtor Marcelo Siqueira selecionou um repertório condizente com o nome do evento, traçando de forma sucinta um panorama da evolução do jazz em 15 composições. Começando pelo tradicional “When the Saints Go Marchin’ In” (o hino-símbolo do jazz tradicional de New Orleans, cidade-berço do jazz), passando pelas eras pré-swing e swing, chegando à revolução do bebop que estabeleceu a era moderna do jazz, seguindo-se o hard-bop, o soul jazz, um calipso das Ilhas Virgens, o jazz modal, o caminho que antecedeu ao free jazz e desembocando na nossa bossa nova, que foi fortemente influenciada pelo jazz.

Uma curiosidade chamou a atenção em relação à interpretação de “When the Saints Go Marchin’ In”: possivelmente foi a primeira vez que um tema de jazz tradicional foi executado por um sexteto com instrumentação incluindo flugelhorn, sax-soprano e baixo acústico.

O clássico “Body and Soul” foi interpretado em surpreendente andamento slow-medium, com sua linha melódica executada suavemente pelos sopros.

“Caravan” foi uma pauleira do início ao fim, com os sopros tocando a todo vapor.

O mesmo ocorreu em “Cherokee”, de Ray Noble, cuja seqüência harmônica foi um dos trampolins e um dos cavalos-de-batalha para as explorações dos músicos bebop. Sua dificílima bridge (segunda parte), que muda de tom a cada quatro compassos, sempre constituiu-se num enorme desafio para os improvisadores, mas não foi empecilho para os músicos do sexteto.

Em “A Night in Tunísia” -- o clássico de Dizzy Gillespie com a estrutura ABAC não ortodoxa, originalmente intitulado “Interlude” e gravado pela primeira vez por Sarah Vaughan, em 1944 --, surpreendentemente o sexteto não repetiu a clássica introdução da gravação original criada pelo baixista Oscar Pettiford que foi copiada ad infinitum, Igualmente surpreendente foi a execução em staccato adotada na segunda parte do tema .

“Round Midnight”, obra maestra e a mais conhecida do genial Thelonious Monk, foi o feature de Paulinho Trompete. Com seu reconhecido bom gosto nas baladas, Paulinho traçou seu perfil melódico com inflexões e variações imaginativas, culminando com um final superiormente elaborado cuja coda abrigou engenhoso uso de dinâmica.

As harmonias de “Scrapple From the Apple”, de Charlie Parker, dividem a composição em duas partes aparentemente irreconciliáveis por serem totalmente independentes. A primeira, em que o gênio de Parker delineou a melodia com a precisão de esmerado artesão, contrasta inteiramente com a harmonização da bridge, sem qualquer conexão com os acordes da parte principal, dificultando sobremaneira a improvisação. Inteligentemente, Widor Santiago deixou a segunda parte da exposição do tema para o pianista Stamato.

“Blues Walk” -- um plágio de “Loose Walk”, do saxofonista Sonny Stitt -- um blues muito popular nos anos 50 e 60, inclusive era tocado freqüentemente por Paulo Moura em ritmo de bossa nova. Além de um solo extenso, no qual fez uso da respiração circular, Paulinho Trompete soube evitar os clichês, criando passagens inventivas, especialmente nos terceiro e quarto choruses.

O calipso “Saint Thomas” -- que Sonny Rollins apropriou-se da canção tradicional “Fire Down There”, do século XIX, das Ilhas Virgens -- deu uma sacudidela na platéia devido a seu ritmo insinuante e altamente dançante, com Widor e Roberto Marques explorando suas possibilidades em variações tonais e rítmicas.

“Moanin’” -- de Bobby Timmons, um dos hinos do soul jazz, estilo criado pelo pianista Horace Silver, pinçado sem-cerimoniosamente do hinário da Igreja Batista dos negros americanos -- proporcionou a Paulinho Trompete um dos seus solos mais inventivos, incluindo citações humorísticas do “Hino Nacional Brasileiro” e de “Samba de Verão”.

“Take Five”, do saxofonista Pual Desmond, causou sensação quando foi editado, em 1959, pelo seu então inusitado andamento em 5/4. A interpretação proporcionou a Roberto Marques seu solo mais longo da noite.

Chegando ao jazz modal, foi a vez de “So What”, de Miles Davis, que o sexteto reproduziu com espírito e entusiasmo. Chamou a atenção o discurso de Widor Santiago, indicando, aparentemente, que memorizou partes dos solos de Cannonball Aderley e John Coltrane da gravação original do sexteto de Davis.

John Coltrane eternizou “Giant Steps”, que após sua gravação para a Atlantic passou a ser um verdadeiro teste para as habilidades dos saxofonistas-tenor. Coltrane não compôs “Giant Steps”, que originalmente foi um exercício para saxofone escrito pelo conhecido guitarrista Dennis Sandole, que era professor de Coltrane, e este nada mais fez do que adaptá-lo para gravar. Apropriadamente, foi um tour de force para Widor Santiago, que não se fez de rogado, exibindo seus recursos em longo exercício virtuosístico.

“Cantaloup Island”, de Herbie Hancock, representou o jazz-funk (sic) dos anos 60, impregnado pelo ritmo caribenho. O sexteto reproduziu adequadamente sua temática, com Widor Santiago exacerbado nas intensas e complexas passagens de sax-soprano.

Finalizando, “Samba de Uma Nota Só” -- cuja melodia nada mais é que a introdução original de “Night and Day”, de Cole Porter -- ligou a bossa nova ao jazz. Antes da interpretação, Roberto Marques contou uma divertida historinha sobre um trombonista sueco que tocava “Samba de Uma Nota Só”, ilustrando musicalmente, de forma humorística, como aquele músico tocou a primeira e a segunda parte desse hino da bossa.
Marcelink, Bené-X, Goltinho, Marcelón (encoberto), DeFrag, MauNah, Jorginho Guinle, Zénrik, Raf e Manim) No intervalo, o convidado Jorge Guinle subiu ao palco para uma foto com os integrantes do CJUB, empunhando um sax-tenor, do qual chegou a extrair algumas notas esparsas.

Ao final, o homenageado, os convidados da Pernod-Ricard, parte do público e os membros do CJUB cumprimentaram Marcelo Siqueira pela criteriosa, cuidadosa e bem-sucedida produção.

Como alguém me disse no final, “Marcelinho sabe das coisas”.