Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

SHEILA JORDAN, STEVE KUHN TRIO & TOM HARRELL (2003)

19 setembro 2003

As referências que cercam Sheila Jordan são na pura essência jazzísticas – talvez como um vinho que se guarda. A começar pelo sobrenome. Foi casada por 10 anos com o pianista Duke Jordan. Apesar da voz limitada, é uma cantora criativa, competente “scat singer” e envolvente intérprete de baladas. Aos 11, já estudava piano. Na década de 50, mudou-se para Nova Iorque, tendo aulas com Lennie Tristano. Gravou com George Russell uma inspirada versão para “You Are My Sunshine”. Depois de um período nebuloso, reapareceu no final da década de 70 ao lado do elegante pianista Steve Kuhn, com quem mantém um trabalho contínuo até hoje. Tanto que, aos 74 anos, acaba de lançar um CD (“Little Song”) com o trio de Kuhn e a participação especial do trumpetista Tom Harrell.
Gravado em estúdio, o CD carrega um clima de “jam-session” próprio dos jazzistas natos. Muitos “standards” presentes, como “Autumn In New York”, “On A Slow Boat To China”, “Hello Young Lovers!”, “Something’s Gotta Give”, “If I should Lose You” e “The Touch Of Your Lips”. Kuhn, ao piano, exibe com incrível facilidade harmonias deliciosas e o requinte habitual, assim como o baixista David Finck e o baterista Billy drummond. Já Tom Harrell, ao primeiro sopro, faz lembrar Chet Baker em sua melhor fase.
“Little Song” é um CD de altíssimo nível, com dois propósitos claros. Nunca é tarde para se fazer boa música, já que os principais envolvidos se brasileiros estariam aposentados. O estilo de vocalização é uma aula para qualquer cantora que se aventure a uma carreira honesta. O quarteto mostra que para se ocupar os espaços com imaginação e talento não é necessário e nem primordial lotar um estúdio. E que vale a pena gostar de jazz.

Nenhum comentário: