Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

Da TV ao cinema, uma metamorfose

23 julho 2003

O jazz, como gênero musical, abriga hoje dezenas de vertentes. Há exageros. O "All Music Guide" rotula o nosso bom Danilo Caymmi como jazzista. E por aí outros equívocos. Ao se comprar um CD de jazz de algum músico desconhecido todo cuidado é pouco. Há surpresas agradáveis também. Um disco trazendo temas simplistas como "The Jetsons", "Hawaii 5-0", "Maniac" e "Mannix" não pode, em principio, atrair a atenção de qualquer jazzófilo mais qualificado. Na prática, Randy Waldman prova o contrário.
A carreira do pianista e arranjador norte-americano Randy Waldman é bem interessante. Aos 12 já fazia demonstrações com pianos novos para uma loja de instrumentos musicais-seu primeiro emprego. A grande chance veio aos 21 anos, na banda de Frank Sinatra. Mas foi ao lado de George Benson, durante 7 anos, que ganharia maturidade não só como pianista mas como arranjador. Nominado ao Grammy, em parceria com o Manhattan Transfer, acabou levando o prêmio na categoria de melhor arranjo para "Somewhere", via Barbra Streisand. Em Los Angeles, Waldman envolveu-se com trilhas para a TV e o cinema.
Só em 98, com um trio formado por John Patitucci e Vinnie Colaiuta, gravou seu primeiro disco. Em 2001, o segundo CD, "UnReel", um saboroso exercício de originalidade. Waldman é um jazzista moderno, dono de uma concepção musical arrojada.
"UnReel" é uma homenagem aos temas de seriados de TV e ao cinema. Uma visão, claro, jazzística. O arranjo para "The Jetsons" - que parece missão impossível - é aula de criatividade, onde Waldman mostra de cara que teve em McCoy Tyner uma escola. Ele convocou músicos de primeira linha, como Brandford Marsalis, Ernie Watts, Tom Scott e Michael Brecker (saxes), Randy Brecker e Leo Soloff (trumpet e flugelhorn), Gary Burton (vibes), Bob McChesney(trombone), além dos parceiros Patitucci e Colauita e do substituto natural de Benson, Michael Sembello. Há também versões mais comportadas, como "My Favorite Things", "Schindler's List" e "Forrest Gump". No chatíssimo "Hawaii 5-0", outra noção brilhante de harmonia. "America", "Mannix" e "Ben Casey" foram também missões árduas.
A faixa final, "Maniac" (Flashdance) traz a voz e a guitarra de Sembello. O único tiro mais comercial do CD.
"UnReel" recebeu entusiasmadas críticas dos norte-americanos. O desafio provocado por um repertório quase todo medíocre - raras as exceções - foi facilmente vencido. Às custas de um time de jazzistas formidáveis, entre eles, este surpreendente Randy Waldman.

Nenhum comentário: