Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

Teddy Edwards

21 abril 2003

Caros amigos do blog,

É com tristeza que informo o passamento do grande saxofonista Teddy Edwards ocorrido ontem, 20 de abril, em Los Angeles. Edwards foi um dos primeiros saxofonistas-tenor do bebop - e dos melhores. Ele sempre declarou que seu disco "Blues in Teddy´s Flat", para o selo Dial, em 1946, documentou a primeira gravação de um solo bebop de sax-tenor, que na época causou grande sensação entre os músicos. Ficaram famosas suas "batalhas" de tenor ao lado de Dexter Gordon e Wardell Gray, principalmente, perpetuadas em gravações para os selos Prestige, Dial, Rex, Excelsior e Gene Norman Presents.
Teddy Edwards sempre viveu em Los Angeles e talvez por isso nunca foi devidamente reconhecido pela maioria dos críticos, exceto Leonard Feather, Ira Gitler, Don Heckman e Ralph G. Gleason. Ele foi um dos jazzmen mais assíduos nas lendárias jam-sessions que se realizavam nos clubes enfumaçados da Central Avenue, de Los Angeles, no final dos anos 40 e início dos 50, que se prolongavam até o amanhecer, ao lado de Dexter Gordon, Wardell Gray, Frank Morgan, Hampton Hawes, Art Pepper, Art Farmer, Larry Bunker, Charles Mingus, Howard McGhee, Bud Shank, Benny Carter, Corky Corcoran, Joe Maini, Barney Kessel, Red Norvo, Shelly Manne, Frank Rosolino, Jimmy Giuffre, Lucky Thompson, Dodo Marmarosa, Conte Candoli, Eric Dolphy, Gerald Wilson, Walter Benton, Bob Cooper, Teddy Charles, Herb Geller, Sonny Clark, Red Mitchell, Ziggy Vines, Arv Garrison e tantos outros.
Edwards tocou no quinteto de Max Roach-Clifford Brown, com o qual gravou um magnífico álbum para o selo Gene Norman Presents, em 1954, que inclui "Sunset Eyes", sua composição mais conhecida.
Edwards liderou vários quartetos, o mais conhecido com Joe Castro (pianista), Leroy Vinnegar (baixo) e Billy Higgins (bateria), que deixou alguns álbuns marcantes para as gravadoras Contemporary e Pacific Jazz.
Edwards deixa uma copiosa discografia. Além dos discos em seu nome, gravou com Gerald Wilson, Max Roach-Clifford Brown, Freddie Redd, Lighthouse All Stars, Joe Castro, Leroy Vinnegar, Terry Gibbs, Curtis Counce e Frank Morgan, entre muitos outros.
Há 10 anos entrevistei o baterista Billy Higgins - quando veio tocar no Heineken Concerts de 1993, com Toninho Horta e Gary Peacock - e pedi notícias de Teddy Edwards. Solícito, algo surpreso por ouvir o nome de Edwards, abriu seu costumeiro largo sorriso e disse: "Está tocando em Las Vegas liderando um naipe de cordas". Perguntei se Edwards continuava in good shape , e respondeu: "Melhor que nunca e sorrindo cada vez mais". Então descobri que os amigos de Edwards o chamavam de smiling boy.
Teddy Edwards foi um dos músicos que jamais ouvi ao vivo. Lamento que ele vivesse em Los Angeles, onde estive uma vez e nem tive tempo de ouvir jazz, pois estava com minha esposa e filho pequeno a caminho da Disneyland, em julho de 1972.
R.I.P. Teddy Edwards.

Nenhum comentário: