Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

O SURGIMENTO DO JAZZ E A IMPORTÂNCIA DO TROMPETE - PARTE I

18 abril 2003

É impossível precisar quando o jazz, como forma musical teve seu nascimento, mas podemos constatar sua presença no final do século XIX na cidade de Nova Orleans no sul dos Estados Unidos.
Nesta época, Nova Orleans era um dos maiores portos americanos e uma cidade cosmopolita por excelência, onde habitavam etnias e culturas diversas. Pessoas no mundo inteiro transitavam por Nova Orleans: estrangeiros, aventureiros, comerciantes, piratas, jogadores, fugitivos e exilados. Espanhóis e franceses eram muitos e os negros, tanto os americanos natos como africanos e caribenhos, constituíam uma grande parcela da comunidade local. Em decorrência de tamanha diversidade, havia uma grande tolerância em relação aos costumes destes grupos, havendo inclusive uma certa harmonia no convívio de estrangeiros e americanos.
Na segunda metade do século XIX, Nova Orleans transformou-se num verdadeiro caldeirão cultural com suas misturas culturais e religiosas. A música era presente no cotidiano da cidade, festas, casamentos, enterros, inaugurações, todo evento tinha de ter música e as bandas de metais arrastavam dezenas de pessoas pelas ruas da cidade. Em 1838 uma edição de um jornal local já destacava que “a nova mania de Nova Orleans era a música das cornetas e trompetes”.
Os negros haviam aprendido nas fazendas onde trabalhavam, hinos e cantos religiosos e logo os transformaram em outros tipos de canto como o blues. Sendo a música presença obrigatória no dia-a-dia da cidade, havia uma grande demanda por músicos e novas bandas, dando oportunidade aos negros de trabalho constante e meios econômicos para adquirirem e manterem seus instrumentos.
À noite a permissividade reinava em Nova Orleans com seus prostíbulos e cabarés, sempre cheios e com muita música por toda a madrugada. Os músicos tocavam de dia nas ruas e de noite nas casas noturnas. Os negros então começaram a adaptar o blues dos cantores itinerantes do sul à música instrumental que tocavam nos cabarés.
Na última década do século XIX outro estilo musical, o ragtime, chegou a Nova Orleans e juntamente com o blues teve extrema importância para o surgimento do jazz. O ragtime foi criado por pianistas negros das cidades do meio-oeste americano. Sendo uma mistura de ritmos folclóricos europeus, ritmos africanos e de marchas militares, tornou-se uma música animada e de grande vitalidade, um estilo inovador e sincopado.
Os músicos de Nova Orleans começaram a tocar o blues em seus trompetes e ragtime em seus pianos e lentamente começaram a fundi-los. As cornetas e trompetes eram então os instrumentos mais populares, em grande parte pelo grande número de instrumentos disponíveis desde o final da Guerra Civil Americana, quando sobraram em enorme quantidade dos militares que não precisavam mais usa-los, e principalmente por serem muito mais baratos que os pianos.

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