Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

Palavras do nosso Editor-Honorário, ora entronizado sob o pseudônimo RAF

17 fevereiro 2003

Caros amigos e companheiros do blog,

Desejo expressar meus sinceros agradecimentos pela acolhida e pelas generosas palavras de carinho por parte de todos na maravilhosa reunião de ontem, domingo, dia 16 de fevereiro, data que guardarei para sempre como uma das mais gratas recordações de minha vida.

Foi uma alegria reencontrar David, nosso irrepreensível anfitrião, um perfeito cavalheiro que nos cercou das maiores atenções, deixando-nos inteiramente à vontade, servindo-nos bebida variada e comida, enfim, criando um maravilhoso clima da maior e saudável camaradagem, com alegria, entusiasmo e total descontração. Agradeço-lhe o honroso convite de participar da reunião.

Também reencontrei Mauro, a quem conheço há uns 20 anos, chefe inconteste de nosso blog, incentivador incansável de nossas atividades e fotógrafo quase oficial da reunião, esmerando-nos em imaginar criativas poses em febril atividade para a sua lente (ou a máquina é do Sá ?).

Outro que reencontrei foi o Sá, a quem conheço como presença marcante nos festivais de jazz, dinâmico personagem (no melhor sentido da palavra), cujo entusiasmo contagiante foi um fator a mais para animar nosso encontro. Sua animação é de causar inveja ao mais fanático torcedor de futebol – um dínamo gerador de energia.

E a presença do Gol-tinho, velho companheiro de batalha em prol do jazz, a extroversão em pessoa, personalidade agitada e frenética de incansável empreendedor cujos gritos de guerra sempre animaram alguns artistas e parte do público nas noites do Free Jazz e do Chivas Jazz deve ser enfatizada com entusiasmo. Como certa vez disse o Luiz Carlos Antunes, “se o Coutinho não existisse, alguém teria de inventá-lo”. Como dizem os americanos, ele é “one of a kind”.

Esse encontro proporcionou-me conhecer e compartilhar a alegria e o entusiasmo dos confrades Marcelão (que gentilmente deu-me confortável carona de ida-e-volta, fazendo questão de deixar-me o mais próximo possível de casa, além de um papo animadíssimo nas duas viagens ao som de fitas de jazz selecionadas pelo próprio – desnecessário dizer que nos conhecemos no momento em que ele veio buscar-me e já na ida conversávamos como velhos conhecidos, em papo natural e descontraído, como se retomássemos uma conversa de dias ou horas antes), Marcelinho (sempre sorridente – será ele o nosso smiling boy e nosso baby face, que me surpreendeu com o gentil pedido de escrever uma dedicatória no “Guia do Jazz em CD, outro jovem que extravasou sensibilidade no grupo) e Fraga (devotado jazzófilo, como os demais, que teima em me chamar de mestre a todo momento, e se insistir acabará alimentando meu ego, convencendo-me de que sou algo do gênero – senti o quilate de sua personalidade emotiva e altamente emocional em nosso abraço inicial e na despedida, demonstrando uma sensibilidade à flor da pele, uma alma de artista já revelada em seus diversos depoimentos em nosso blog).

Tenho uma dívida de gratidão com todos vocês. Foi uma noite inesquecível e vocês rejuvenesceram meu entusiasmo com o calor da acolhida que me emocionou. Não tenho palavras para expressar meus agradecimentos. Vocês mexeram com a alma e o coração deste jazzófilo combalido pela idade e por algumas decepções sofridas ultimamente, dando-me novo ânimo e uma ponta de esperança em dias melhores. Como disse ontem, repetindo uma velha frase, a música só faz amigos quando reúne pessoas genuinamente sinceras, despidas de interesses materiais, mas pensando unicamente num fraterno encontro entre companheiros que se unem em torno de um ideal em comum: o jazz, cuja magia acende e reacende a chama da verdade e da comunicação entre amigos que se reúnem para momentos de confraternização, enlevo e pura alegria. Saí de lá como se conhecesse todos há muito tempo, mas, ironicamente, foi nesse encontro que conheci alguns deles. Não é pura magia ?

Bem, sem mais delongas nem divagações, faltam-me as palavras. Parabéns a todos pelos seus conhecimento sobre jazz, demonstrados ao longo da reunião com comentários criteriosos e diretos ao ponto. Deus abençoe a todos e mantenha o grupo sempre unido em torno desse ideal. Apesar de ranzinza e rabugento (a idade me fez assim), orgulho-me de pertencer a esse grupo maravilhoso, agradecendo a todos pela receptividade, pelo carinho e pela bondade. Vocês restauraram minha fé no ser humano.

Long life to everybody, good health and keeping bearing the torch of jazz.

Raf, JDR ou JeDi (como queiram)

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