Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

3. Les Feuilles Mortes (Autumn Leaves)

05 fevereiro 2003

A refeição tinha sido mais que prazerosa naquela fria tarde parisiense. Acabáramos de almoçar no La Chope D'Alsace, um simpático pouso próximo a St. Germain, onde fomos brindados com uma refeição típicamente alsaciana, seus excelentes Gewürztraminer e a boa seleção de queijos, o que, convenhamos, tornaram obrigatória a degustação de um digestivo de boa estirpe e charuto idem.
Vivo um sofrimento psicológico toda vez que preciso de um digestivo naquela malfadada cidade - onde ir, ao Cafe Flore ou ao Aux Deux Magots? A entrada de Isabelle Adjani no Flore me fez tomar uma decisão mais rápida que a habitual, e o mundo parecia ter parado quando vi aquelas duas pérolas azuis na mesa ao lado.
Pedido o Calvados, passamos ao extraordinário Montecristo nº 2, um pirâmide de insuspeita categoria, e saboreamos aquele fim de tarde em silêncio quase sepulcral.
A vida adquire uma dimensão diferente após uma grande refeição compartilhada com pessoas queridas, e a companhia de um puro sempre traz uma alegria adicional ao espírito. O silêncio, entretanto, tornou-se, naquela tarde, um porta-voz da sensível versão desse grande clássico que é "Les Feuilles Mortes (Autumn Leaves)", cuja execução se iniciava no salão principal. O piano de Legrand, acompanhado do violino de Grapelli, deu outro colorido àqueles olhos tão lindos e fez com que eu nunca mais deixasse de fumar um pirâmide Montecristo nº 2, tudo em homenagem àquela lembrança.
A "bolacha" que abriga esta magnífica versão chama-se "Grapelli Legrand", disco gravado em duo, no dia 20 de abril de 1993, e, apesar da infinita quantidade de gravações existentes para esta obra-prima, não há nenhuma que me sensibilize da mesma forma.

Les Feuilles Mortes (Joseph Kosma / Jacques Prevert / Johnny Mercer)
Polygram. Grapelli Legrand

Nenhum comentário: