Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

Eric Reed - Happiness : @@@@

21 dezembro 2002

Acho que encontrei uma grande exceção ao que postulou Jorge Guinle em sua entrevista à Revista de Domingo de semanas atrás, por ocasião do lançamento da reedição de Jazz Panorama (cujo trabalho gráfico é do competente e gentilíssimo Sérgio Liuzzi e está um primor). Dizia o eterno playboy e profundo conhecedor que, na sua opinião, tudo o que é bom em matéria de jazz já havia sido criado pelos compositores até o final da década de 60, sendo o restante meras releituras daquele excepcional material pelos jazzistas contemporâneos.
Cheguei a dar-lhe alguma razão, em vista da vastidão de regravações de standards com as roupagens mais distintas (nada contra, bem entendido) em contraponto ao minguado material contemporâneo digno de audições tão prazerosas. Até ser apresentado pelo nosso querido Bené-X, ao pianista Eric Reed e suas composições. Que no disco Happiness, o primeiro que ouvi, já deita por terra, parcialmente, a afirmação de Guinle.
Compositor de temas a um tempo intrincados e leves, o excelente pianista Reed -mais um ex-sideman de Wynton Marsalis- pilota um septeto cujo naipe de metais traz um excepcional Wycliffe Gordon ao trombone, Wessell Anderson no sax-alto, Marcus Printup no trompete e na clarineta, Walter Blanding. Afiadaços, e acompanhados de Rodney Green na bateria e Renato Thoms na percussão.
Os arranjos de Reed são mistura interessantíssima do tradicional com o novo, que se soam estridentes numa primeira audição em vista das inesperadas sonoridades concebidas por ele, acomodam-se em nossa mente como idéias vencedoras a partir das seguintes. A sonoridade mais "antiga" proveniente do trombone e da clarineta, em contraponto à "modernidade" imprimida ao sax-alto e ao trompete, interligadas pelo piano muito ágil porém apaziguador de Reed, dá às composições um clima que classificaria como "tradicionalmente moderno", e sob qualquer prisma, instigante. É esse o clima que permeia o disco, cujas músicas são todas de Reed, exceto por sua interessante releitura em duo (com o trombone) da ellingtoniana "Mood Indigo".
A experiência com Happiness é bastante enriquecedora. Além de proporcionar ótimos momentos de jazz, demonstra haver capacidade de geração de temas originais e arranjos criativos por parte das novas gerações. Nota: @@@@

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