Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

10 discos de jazz para levar para uma ilha deserta - José Domingos Raffaelli

05 novembro 2002

O CJUB declara-se em festa nesta data. Depois de ter obtido a lista do craque Arlindo Coutinho, temos o prazer de anunciar a lista de outro expoente do conhecimento sobre jazz. Como ele mesmo explica, é uma lista de 10 fundamentais na história do jazz. Como os escritos raffaellianos são sempre muito saborosos, publico também uma parte da correspondência que a apresentou. Dizia ele então:

"Tenho acompanhado diariamente a sua página, sempre ávido por novidades e opiniões, inclusive dando alguns palpites. Tenho observado que todos, sem exceção, são entusiastas dedicados, e quando intervêm com precisas observações demonstram que sabem do que estão falando (melhor dizendo, escrevendo).

A idéia da seleção para a ilha deserta é um fascinante exercício de escolha, extremamente dificultado pelo número reduzidíssimo de itens dentro do universo infinito constituído por milhões de discos/CDs dos melhores músicos que povoam/povoaram nosso planeta. Sinto-me honrado em dar minha relação, que, obviamente, será bastante diferente da maioria e certamente despertará aquela reação a que me habituei ao longo dos anos: “Isso é lista de quem vive do passado”.

Sem querer alongar-me para não ser demasiado maçante, quero registrar um aspecto quando trata-se de organizar listas ou relações dos melhores e/ou dos favoritos. Não faz muito tempo, uma revista carioca pediu-me a relação dos meus 10 pianistas favoritos. Para esclarecer devidamente a questão, perguntei ao editor se eram os 10 favoritos ou os 10 melhores. Para grande surpresa minha, ele respondeu: ”É a mesma coisa”. Ponderei que eram coisas completamente diferentes, acrescentando que enviaria minha lista dos 10 melhores de todos os tempos. A grande maioria dos 50 votantes era de pianistas brasileiros. Quando foi publicada a relação, li espantadíssimo a que ponto chegava a ignorância jazzística dos nossos músicos. Para você ter uma idéia, nomes como Perna, Cid Trovão, Hermeto, Mazinho e outros foram mais votados do que Bud Powell, Phineas Newborn, Duke Jordan, Earl Hines, Teddy Wilson e Fats Waller.

Claro, isto nada tem a ver com a lista que vocês me pedem. Apenas é para esclarecer que darei a relação de 10 discos fundamentais da história do jazz, obras-primas indispensáveis que marcaram indelevelmente a grandeza da música dos músicos, apontando novos caminhos para sua evolução, e que deveriam fazer parte da cápsula do tempo entre as maiores realizações da humanidade. (...)

Aqui vai (sem ordem de preferência):

Louis Armstrong – The Hot Fives and Hot Sevens
Duke Ellington – The Blanton-Webster Band
Charlie Parker – The Savoy and Dial Recordings
Dizzy Gillespie – Groovin' High
Bud Powell – The Genius of Bud Powell
Count Basie – The Best of Count Basie with Lester Young
Thelonious Monk – Genius of Modern Music
Fats Navarro – The Complete Blue Note and Capitol Recordings
Clifford Brown – The Complete Blue Note and Pacific Jazz Recordings
Miles Davis – The Birth of the Cool

Sei que a rapaziada vai questionar a ausência de Bill Evans (grande favorito dos jovens, do qual tenho cerca de 40 CDs), Coltrane, Serge Chaloff (um dos meus grandes favoritos), Keith Jarrett, Ornette Coleman, etc, etc., Claro, sei que a relação será considerada “quadrada”, mas minha lista está longe de ser a ideal e jamais poderá agradar aos que começaram sua vida jazzística auditiva há menos tempo do que eu." (...)

Aí, portanto, os 10 de outro mestre, com suas próprias explanações. Em breve, estaremos publicando suas outras duas listas:
a. os discos que precisou cortar, para listar os 10 acima e b. sua lista de favoritos.
Aguardem!!!

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