Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

Um @@@@@ "con gusto": SERGE CHALOFF - Blue Serge

26 setembro 2002

A vida às vezes nos reserva surpresas agradáveis, além dos sobressaltos diuturnos ao se transitar pelo Rio de hoje. Um tarde dessas, desejoso de novidades jazzísticas que me alimentassem a alma no final de semana, fui à ótima loja Arquivo Musical, que fica em cima da tradicional Sapataria Moreira, na Travessa do Ouvidor. Especializados em jazz e clássicos, os dois boas praças (e conhecedores) Ricardo e Vinícius foram logo defrontados com a pergunta: o que há de especial aí, mas especial mesmo? Esse tipo de relação de confiança, que se adquire depois de algum tempo de conhecimento mútuo, frutificou na oferta de um disco de um certo Serge Chaloff. Quem é esse francês, e o que ele toca? perguntei, dando conta de minha desinformação a respeito. Sax barítono, e é americano, a resposta. Para mim já era meio caminho andado, por ser apreciador de Mulligan desde garoto. E fui perguntando mais, até que decidiram abrir a capa e botar para tocar Blue Serge.

Já na primeira faixa um baque, pois Chaloff na quarta frase já emite algumas notas nos registros mais graves do sax, como a mostrar seu perfeito domínio do que é considerado o menos comum dos saxofones. Mandei embrulhar e corri para o escritório, onde tinha como ouvir com calma. E meu assombro só foi aumentando, à medida em que realizava o tamanho da minha ignorância a respeito desse músico magnifíco, comparada à sua maestria. Daí em diante tenho ouvido Serge a cada dia. E ainda está melhorando.

Serge Chaloff teve vida curta, nasceu em 1923 e morreu em 1957, com 34 anos apenas. Considerado um dos maiores solistas do barítono, sucedeu a Harry Carney e precedeu a Mulligan. Viciado em drogas pesadas, teria arruinado diversas oportunidades na vida e na carreira por causa desse hábito. Suas principais aparições foram com Jimmy Dorsey, de 46 a 47 e com Woody Herman, como um dos "Four Brothers", entre 47 e 49. Depois de rápida aparição com Count Basie e seu octeto em 50, voltou à Boston natal para se livrar do vício. Como o crítico Scott Yanow reporta, "ironicamente, quando se livrou das drogas, Chaloff contraiu uma paralisia na espinha que o levou a gravar sua última sessão numa cadeira de rodas".

De volta a Blue Serge: Chaloff é aqui acompanhado por Sonny Clark(p), Leroy Vinnegar(b) e por Philly Joe Jones(dr) e desfia 8 petardos com uma inventividade serena e elegante, que cada vez mais me atrai. As faixas são: Handful of Stars, Goof and I, Thanks for the Memory (soberbo), All the Things You Are, I've Got the World on a String, Susie's Blues, Stairway to the Stars (magnífica) e How About You.
É um disco para ser ouvido e não descrito, pois temo não alcançar um relato à altura. Está à disposição dos amigos. É um must: must listen, must have. Um perfeito @@@@@.

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