Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

DÔDO FERREIRA : CRÍTICA

03 setembro 2002

Encerrando breve temporada de duas semanas, no Teatro Café Pequeno, no Leblon, o contra-baixista Dôdo Ferreira, com seu quinteto hard-bop de entrosamento justo, mostrou, na última 5ª-feira, que aqui se pode fazer - e se faz - jazz verdadeiro, sem concessões e, melhor ainda, sem perder o tempero brasileiro. Privilegiando repertório original, entre antigas e novas composições, Dôdo provou, uma vez mais, sua ótima condição exatamente de compositor, que sabe a importância - maior ainda na música instrumental - de brindar o público com temas (mesmo os mais arrojados) de apelo melódico direto, ou seja atraentes ao ouvido desde sua exposição coletiva, para, só então, "puxarem" os improvisos, intrínsecos ao gênero. Notável mesmo, entretanto, é a clara e maravilhosa impressão - só antes experimentada nos registros mais expressivos de Charles Mingus e, mais recentemente, do quinteto de Dave Holland - de que, na música de Dôdo, o contra-baixo é, mesmo, o verdadeiro "dono" da gig, ou seja, longe de coadjuvar a seção rítmica e o front line de sopros, ao contrário, em função dele, contra-baixo, e de como o líder o conduz, é que surgem as respostas do grupo. E, naquela noite, como responderam seus colegas de time à energia contagiante, afinação impecável, timbre encorpado e, impossível esquecer, excepcional senso de humor do virtuoso baixista ! Memorável o interplay, culminou, em alucinante uptempo, com a indefectível - nos shows de Dôdo - Better Git It in Your Soul, obra-prima de Mingus, gravada pelo brasileiro em seu primeiro CD, "Farofa Blues", que de há muito vem pedindo urgente continuação.

Bene-X

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